Preconceito com a idade torna mais velhos invisíveis para empresas, seja como consumidores, seja como profissionais Por Daniele Madureira - SÃO PAULO O neurologista Paulo Bertolucci, 68, decidiu trocar de carro no ano passado. O médico, professor titular de neurologia da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo) , foi com o filho a uma concessionária em São Paulo. Durante todo o tempo que permaneceu no local, foi solenemente ignorado pelo vendedor, que só se dirigia ao filho de Bertolucci. O filho fez questão de esclarecer, por três vezes, que o carro era para o pai, não para ele. Nada adiantou. "Eu fiquei de lado, incomodado, porque, afinal, o comprador era eu", disse Bertolucci, que dividiu sua experiência nas redes sociais . "De vez em quando, o vendedor fazia uma gracinha me envolvendo, como quando eu resolvi uma conta simples de cabeça e ele comentou com meu filho: 'Olha, como ele está bom de cálculo!'", afirmou. "Isso me lembrou quando v