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Boaventura: O tempo, a pandemia e a desigualdade

  Há diferentes maneiras de viver o tempo, durante uma crise civilizatória. Mas há distinções também em como as classes o encaram: em um mundo com futuro nebuloso, uns buscam ultrapassar o tempo – para outros, ele é um carro na contramão… As dificuldades em explicar, interpretar ou viver o tempo são diferentes versões da mesma dificuldade em lidar com o enigma do tempo. Esta dificuldade vem de longe. Já Santo Agostinho afirmava, “o que é então o tempo? Se ninguém me perguntar, eu sei. Se alguém me perguntar, eu não sei responder”. O tempo partilha com o corpo esta insondável característica de nada poder ser pensado sem ele e, no entanto, de ser ele próprio relativamente pouco pensado pela reflexão humanística ou científica. O tempo atual impõe-nos o enigma do tempo com uma acuidade que não pode ser ignorada. A pandemia abalou profundamente tanto as rotinas diárias como as expectativas e os planos de futuro e, consequentemente, as percepções do passado. Dizia Aristóteles que a memória e

Como mudar o hábito de falar menos e escutar mais

Tanto no trabalho como na vida pessoal, a técnica da escuta ativa ganha cada vez mais relevância. Ajuda a compreender melhor o outro, não julgar e mostrar empatia. Até um ano atrás, Paula G. nunca tinha ouvido falar de escuta ativa. Tinha 41 anos e havia tido a sua primeira filha 16 meses antes. “Cheguei a este conceito através de uma conhecida minha, enfermeira, que estava  muito ligada a questões de criação dos filhos . Participei de um congresso sobre educação e lá  conheci Celia Tejealas , que falou de escuta ativa, e em outubro me inscrevi num dos seus cursos”, recorda. Paula, funcionária de um banco, sentia a necessidade de mudar algo na forma como se relacionava. “Notei que ponho uma etiqueta numa pessoa e sempre a trato sob esse guarda-chuva, faço julgamentos. A primeira parte da escuta ativa é se livrar dos preconceitos, procurar uma comunicação que aproxime ao invés de afastar”, explica. Descobriu que esta habilidade “serve para ver como você se comunica com as pessoas, para

1º Seminário Nacional das ILPI - Construindo parcerias - veja as palestras

  Comentário do Blog :  Este Seminário está sendo  um acontecimento,  dinâmico, via Youtube que  registramos aqui no Blog, atualizado em acordo com a programação Apresentando: Dra Karla Giacomin Palestra magna primeiro dia: Dr Alexandre Kalache. FN-ILPI & ILC BRAZIL - Um encontro revolucionário. Após a palestra Magna links para as salas, atenção na sua inscrição: Gravação da Sala 1 - Cuidado Centrado na Pessoa: https://youtu.be/Kszt1WaSxOw ​ Gravação da Sala 2 - Funcionalidade: https://youtu.be/AuXwW1K-jFY ​ Atenção, para participar ao vivo: Link para inscrição semanal para o seminário: http://sympla.com.br/frentenacional Música neste vídeo do Álbum:  Efêmera Palestra magna do segundo dia com Ana Amélia Camarano Palestra magna do terceiro dia:  A ILPI também é uma Empresa  com  Dra Miriam Ikeda Ribeiro ÚLTIMO ENCONTRO DO SEMINÁRIO NACIONAL DE ILPI - ☀️ Construindo Parcerias Apresentando: Karla Giacomin, Michelle Clós, Paulo Villas Boas, Aline Salla Carvalho Comentário do Blog 2:

A Organização Mundial da Saúde (OMS) e o consumo do SAL

Novos parâmetros de referência da OMS ajudam países a reduzir a ingestão de sal e salvar vidas Genebra, 5 de maio de 2021  – A maioria das pessoas consome o dobro dos 5g de sal recomendados pela Organização Mundial da Saúde (OMS), colocando-se em maior risco de doenças cardíacas e acidentes vasculares cerebrais (derrames), que matam cerca de 3 milhões de pessoas a cada ano. A Organização Mundial da Saúde (OMS) lançou nesta terça-feira (4) um novo conjunto de referências globais para os níveis de sódio em mais de 60 categorias de alimentos que ajudarão os países a reduzir o teor de sódio nos alimentos para melhorar a alimentação e salvar vidas. O guia “ WHO Global Sodium Benchmarks for Different Food Categories ” é direcionado a países e indústrias para reduzir o teor de sódio em diferentes categorias de alimentos processados. Em todo o mundo, o consumo de alimentos processados é uma fonte de sódio em rápido crescimento. Surpreendentemente, produtos alimentícios processados semelh

A velhice e sua discriminação diária

Os estereótipos em torno do que significa ser mais velho justificam um tratamento diferenciado em muitas áreas, diferenças que não são entendidas como discriminação, mas como “normais”. Tenho dedicado minha vida profissional ao jornalismo, especialmente o rádio e, dentro do jornalismo, o jornalismo social. Durante 20 anos apresentei e dirigi um dos programas mais antigos da história da Rádio Nacional de España,  El club de la vida , expressamente dedicado aos idosos. As cerca de 20.000 cartas que recebi em cada um desses 20 anos, as conversas, as entrevistas, os encontros com tantos idosos de tantos lugares e vidas diferentes foram de um enorme valor e enriquecimento para mim. Além disso, o tempo passou e agora os mais velhos não são os outros, sou eu. Aos 75 anos, vivo e verifico a realidade do que me contaram e continuo a defender ativamente os nossos direitos desde as presidências da Associação dos Seniores Madrid XXI e da Fundação Grandes Amigos, que cuida dos idosos que vivem

Maturana: sem cooperação e alteridade, não há futuro

  Biólogo chileno, falecido ontem (04/05/21), influenciou as ciências sociais com seus estudos sobre os seres vivos. Crítico das lógicas neoliberais, constatou, pela  teoria da autopoiese : humanidade pode reconstruir o mundo, mas evolução só vem a partir do Cuidado. “ A aceitação do outro junto a nós na convivência, é o fundamento biológico do fenômeno social.  Sem amor, sem aceitação do outro junto a nós, não há socialização, e sem esta não há humanidade.”  Humberto Maturana A Ciência, além dos frequentes ataques que vem sofrendo nas últimas décadas, em decorrência de fenômenos como revisionismo histórico, negacionismo e outras distorções cognitivas que alimentam as regressões do sombrio tempo atual, perdeu, em 6/5/2021, um dos seus maiores expoentes, o neurobiólogo chileno Humberto Maturana, que tinha 92 anos. Resgato aqui algumas ideias que escrevi em setembro de 2020, num texto intitulado  A biopolítica do desacoplamento ,  acerca da genialidade e do espírito humanístico desse not