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Residências para idosos: passado, presente e futuro

"Não queremos que residências sejam hospitais, mas lugares para morar" Artigo do Dr. Eloy Ortiz Cachero, Diretor da Residência Sierra del Cuera em Asturias/Espanha Estamos testemunhando um bombardeio implacável de notícias relacionadas a casas de repouso. A maioria deles  transmite uma visão negativa  deles  à sociedade  . Parece-me que não é a melhor coisa a oferecer um julgamento de valor de uma realidade que não é conhecida em profundidade. A generalização alimenta desconfiança e não oferece soluções. Deve-se lembrar que os idosos que vivem em residências são, em uma porcentagem muito alta, frágeis. Neles, a apresentação da doença geralmente não é atípica e suas patologias crônicas podem ser facilmente desestabilizadas. Embora eu seja um forte defensor de que  o modelo residencial deva mudar  , também estou ciente de que, com o desempenho dos profissionais que trabalham nas residências, vale a pena viver a vida de muitas pessoas. Meu relacionamento profissional há mais de

ILPIs, nossas desconhecidas

No dia 1º de abril de 2020 o jornal Diário de Pernambuco publicou  o seguinte: Maior abrigo de idosos de Pernambuco suspende visitas e apela para doações Por:   Marcionila Teixeira A medida obedece a uma determinação do governo do estado para todas as instituições de longa permanência de Pernambuco. São 115 vidas reunidas na maior e mais antiga Instituição de  Longa Permanência para idosos (ILPI) de Pernambuco.  Em seus corredores  construídos há 77 anos a interna mais velha tem 104 anos. O abandono de amigos e familiares é a realidade para a maioria dos homens e mulheres do lugar. Entre os que têm famílias e amigos, 80% não recebem visitas com frequência. A chegada da Covid-19 agrava mais o quadro de esquecimento no Abrigo Cristo Redentor, em Cavaleiro, Jaboatão dos Guararapes. As visitas do espaço foram suspensas desde o dia 13 de março. Os idosos são o principal grupo de risco para a doença provocada pelo coronavírus. A Espanha e a Itália, por exemplo, registraram aumento no número

Pandemia agrava preconceito contra idosos

Idosos não são ônus e contribuem economicamente à sociedade, diz professora Anita Liberalesso Neri Comentário do Blog: Na postagem anterior  usamos o termo Idadismo. Nesta entrevista, Liana Coll dá início a conversa mencionando os termos etarismo e ageísmo.  O idadismo vem do inglês "ageism" e não é mais do que a discriminação à idade, uma forma de preconceito contra os idosos. A maioria de nós reconhece que a discriminação é desagradável em todas as suas formas, mas parece que há alguns aspectos curiosos do envelhecimento que a tornam diferente de outros tipos de discriminação. O #preconceito baseado em questões de idade se agravou na pandemia de Covid-19. Os #idosos são encarados como um peso para a sociedade, para o sistema de saúde, e para a #previdência social. Além disso são alvo de piadas pela dificuldade que muitos têm para se manter em isolamento. Isso contraria a realidade brasileira, uma vez que 60% dos idosos são responsáveis pelo sustento de suas famílias. Pro

Confundir velhice com vulnerabilidade é idadismo

Normalmente, não ousamos tocar no assunto da velhice, o mesmo que o da morte. Quando somos jovens, nunca pensamos que vamos envelhecer e piorar, que um dia vamos morrer. Esse assunto foi amplamente abordado pela escritora francesa  Simone de Beauvoir  (1908-1986), uma companheira inseparável daquele grande da literatura universal, também francesa,  Jean-Paul Sartre  (1905-1980). No livro  Velhice,  foi dito com razão que “Com sua provada lucidez e bravura, Simone de Beauvoir enfrenta um dos problemas mais prementes da sociedade contemporânea: a velhice. Pessoas idosas são seres humanos? O mundo de hoje parece negar, recusando-se a admitir que eles têm as mesmas necessidades, os mesmos direitos que os outros. Velhice: vítima de marginalização cruel, ameaçada pela solidão e pela miséria. Muitas vezes, pretende-se ignorar esta situação. E não é incomum associar a velhice à doença, a algo que nem pode ser nomeado. Este livro tenta descobrir a verdadeira condição do antigo, tenta ouvir uma

Reunião Inaugural da Frente Nacional de Fortalecimento à ILPI

O VIVA a Velhice apoia o relatório técnico proposto pela Frente Nacional de Fortalecimento às Instituições de Longa Permanência para Idosos (ILPI). Ontem, dia 14 de maio ocorreu a  Reunião Inaugural da Frente Nacional de Fortalecimento à ILPI https://www.facebook.com/frentenacional.ilpi/videos/ Dra. Karla Giacomin, Silvana Lamers e Walquiria Alves  com a moderação de Michelle Clos estão na Live de hoje. O Relatório produzido pela Frente traz orientações, que visam subsidiar a Comissão de Defesa dos Direitos do Idoso da Câmara Federal no enfrentamento emergencial da pandemia da Covid-19, com ênfase para as instituições de acolhimento. Assim, espera-se que ele seja considerado na tomada de decisões neste momento que pede de todos solidariedade e responsabilidade para com a população mais vulnerável à COVID-19: a população idosa institucionalizada. Comentário do Blog:  Veja a publicação do dia 02/05, aqui no Blog sob o título Frente Nacional de Fortalecimento às ILPIs e você terá as info

Filosofar é possível

As gerações atuais estão vivendo tempos sem precedentes em suas trajetórias. O mundo já vivenciou situações extremas de doenças e guerras. Mas, no século 21 e por conta da Covid-19, estamos precisando aprender a lidar com as preocupações de saúde e com novos processos sanitários e de convívio social. Neste cenário, o filósofo e escritor suíço Alain de Botton sinaliza que muitos podem sofrer de agitação e ansiedade. E o mais importante de tudo é que, como estamos vivendo globalmente uma pandemia, esses podem ser sinais normais. Fundador da The School of Life e conferencista do Fronteiras do Pensamento em 2011, Botton defende que talvez seja o momento de reconhecer fragilidades e não responder mais automaticamente que “está tudo bem”. Os filósofos estóicos sinalizam bons caminhos para que saibamos analisar as possibilidades e encontremos a calma. Para esta edição da nossa newsletter de conteúdos especiais, traduzimos – com a autorização de Botton – um artigo publicado neste mês na Inglat

Frente Nacional de Fortalecimento às ILPIs

Criada a Frente Nacional de Fortalecimento às Instituições de Longa Permanência  para Idosos (ILPI) A Frente Nacional de Fortalecimento à  ILPIs é composta por especialistas, trabalhadores, gestores e pesquisadores das áreas do Envelhecimento Saudável e das Políticas Públicas Setoriais de Proteção à Pessoa Idosa. A FN-ILIPI pretende ser um espaço democrático de estudos, pesquisas, planejamento, articulação e fomento para: estimular ações de apoio às ILPIs de qualquer natureza, privadas sem fins lucrativos, privadas com fins lucrativos e públicas; epreender e propor, ao poder público e sociedade civil organização, ações coordenadas para o aperfeiçoamento das Políticas Públicas de Cuidados de Longa Duração à Pessoa Idosa. O documento coloca as ILPIs em foco no momento em que a pandemia do novo coronavírus evidencia a fragilidade em que a população brasileira, especialmente a parcela representada pelas pessoas com mais de 60 anos, é exposta em função da ausência de uma Política Naciona