"Deus leva vocês, depois traz de volta” disse Anita, a coletora de flores. Afirmou com firmeza no olhar, aquela típica de quem sabe que a vida é feita de chegadas e partidas. Dá-lhe chão para chegar ao vilarejo, localizado no sopé de um dos pontos mais altos do Estado, o Pico do Itambé , com 2.002 metros de altitude. Capivari é uma vilazinha que se assemelha a um cotovelo: duas ruas, uma curta, outra comprida, cruzam-se por entre travessas repletas de casinhas miúdas, construídas com o suor do trabalho de seus moradores – pouco mais de 400. Em um arraial que remonta ao século XVIII, o povo vive da agricultura familiar e do turismo de base comunitária . A menos de 10 quilômetros da igreja que marca o ponto de entrada do lugar mora a coletora de flores sempre-vivas de 73 anos, Anita Rodrigues . Depois de um dedo de prosa com moradores, fomos ao seu encontro. O carro ficou para trás da cerca. Nós seguimos adiante. De um lado, os veios rochosos do Itambé. Do outro, a mata rasteira