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Mudanças de hábitos afastam o risco de doenças crônicas

40% a 50% da saúde de uma pessoa não dependem de serviços hospitalares nem de médico, mas das condições socioeconômicas e do estilo de vida Karla Giacomin, especialista em medicina geriátrica e consultora da OMS (Organização Mundial da Saúde) Emiliano Capozzoli/ Estúdio Folha Você já parou para pensar qual é o papel das suas escolhas e dos seus hábitos na sua saúde? É bem maior do que imagina. "Muitas pessoas atribuem um peso enorme ao fator genético e à hereditariedade, mas a predisposição genética representa entre 20% e 30% da nossa saúde", afirma Karla Giacomin, especialista em medicina geriátrica e consultora da OMS (Organização Mundial da Saúde). Segundo a médica, que participou do XIV Fórum da Longevidade Bradesco Seguros , em São Paulo, o peso da idade também é superestimado. Segundo a especialista, uma pergunta fundamental a se fazer é: comparado a uma pessoa da sua mesma idade e gênero, você diria que a sua saúde hoje é? A resposta, afirma Karla, é o indicador mais p

COVID-19 e a população idosa

Frente à pandemia do coronavírus, o que os idosos e todos nós precisamos saber e como devemos proceder. Comentário do Blog: Posto aqui um artigo do Professor Jorge Felix  e logo a seguir um vídeo com o médico Sergio Paschoal do canal "o que rola na geronto". Ambos, oportunos e práticos. Como professor de Epidemiologia do Envelhecimento na Gerontologia da USP, me sinto na obrigação de orientar sobre algumas questões  da  # covid19brasil  em relação aos  # idosos  , o maior grupo de risco. Essa pandemia é também o maior desafio do profissional de Gerontologia.Todos estão convocados a atuar no dia a dia nessa batalha. Mas as famílias, claro, têm o papel relevante, pois 99% dos idosos brasileiros vivem em arranjos familiares. Orientem e cuidem de seus idosos e os idosos independentes deles mesmos. Isso não é uma tarefa fácil como parece. Então, vamos lá: Devido ao próprio processo de envelhecimento, os idosos tendem a mitigar os riscos ou a aumentar o senso de confiança (daí os

O que não tem remédio (será que terá?) Parte 1

Indústria farmacêutica faz marketing disfarçado de ensaios clínicos, oculta resultados e fatura bilhões com remédios às vezes inseguros e ineficazes. Proteção no Brasil é mais forte, mas pode mudar em breve. Outra Saúde Por Raquel Torres  Publicado 26/03/2018  - Atualizado 10/06/2019 Publicado no Blog em 11/03/2020 “É assustador quantas similaridades existem entre essa indústria e o crime organizado”. Uma afirmação desse tipo sobre a indústria farmacêutica impressiona, mas o que impressiona mais é a fonte: quem a escreveu foi um ex-diretor de marketing da Pfizer, uma das  maiores  empresas do ramo no mundo, com cerca de US$ 50 bilhões anuais em vendas. Peter Rost foi demitido em 2005 depois de denunciar a promoção ilegal de um hormônio de crescimento vendido como produto antirrugas, e hoje segue falando sobre conflitos de interesse e outros problemas das companhias. A comparação entre empresas e quadrilhas está em um livro lançado logo depois do episódio ( The Whistleblower: Confession

O que não tem remédio (será que terá?) Parte 2

O longo caminho - Continuação da Parte 1 A Interfarma nos informou que o setor farmacêutico é um dos que mais investe em pesquisa e desenvolvimento no mundo. “Para que um medicamento chegue aos pacientes, cerca de US$ 1 bilhão precisa ser dedicado aos estudos clínicos, no decorrer de 10 anos. Com o avanço dos medicamentos biológicos, essa média pode até dobrar”. No entanto, isso é questionado por muitos autores. Em seu livro, Angell afirma que a parte mais demorada  e arriscada – o estudo das doenças e moléculas e o desenvolvimento dos fármacos propriamente dito – é em geral feita com recursos públicos, por universidades e centros de pesquisa. “No Brasil acontece da mesma forma”, concorda Bonfim. Dirceu Greco também faz ponderações. De acordo com ele, as empresas colocam, sob a mesma rubrica, pesquisa e desenvolvimento, ensaios clínicos e de terminadas ações de marketing. “Então ninguém sabe o quanto é usado exatamente em cada área”, diz. Em relação a isso, Angell chega a afirmar que a

O que não tem remédio (será que terá?) Parte final

Ensaio ou marketing? - Continuação da Parte 2 Ambos os autores se referem a um tipo de fraude sempre presente na fase 4, que consiste realizar ensaios sem objetivos científicos, mas desenhados apenas para aumentar as vendas. As empresas recrutam médicos para prescreverem remédios aos seus pacientes, às vezes para usos não aprovados, e anotarem os resultados. Mas os médicos não precisam ser pesquisadores e não há muitas exigências – não é preciso ter grupo controle, o ensaio não precisa ser duplo-cego (duplo-cego é quando nem o paciente nem o médico sabem qual substância está sendo administrada a qual grupo). Eles dizem que esta é uma fase de muito marketing. A estratégia envolve distribuir amostras grátis – que têm boas chances de ‘prender’ pacientes a drogas mais caras –, promover grandes encontros e congressos em que palestrantes (e participantes) falam bem do novo medicamento e ter contato cara-a-cara com médicos em clínicas e hospitais, por exemplo. Lembra o caso do Vioxx? A mesma

“Queremos fazer a revolução das velhas”, dizem as argentinas hoje!

Mulheres na faixa dos sessenta anos e mais, feministas e militantes, ressignificam o termo ‘velhas’ e exigem, nas ruas, políticas elaboradas para “a etapa mais longa da vida”. Vamos nos juntar a elas? Comentáriodo Blog: Mais um exemplo do exercicio de cidadania e solidariedade nos é dado pelas mulheres argentinas. Tudo começou com As avós da Praça de Maio, lembram disso? A chamada do artigo é fantástica: Ni nietos ni crochet, "queremos hacer la revolución de las viejas". Mujeres de más de sesenta, feministas y militantes reclaman políticas públicas pensadas para "la etapa más larga de la vida".  O motivo é oportuno, democraticamente revolucionário, urgente e com razões para ser multiplicado já. Elas não gostam de ser chamadas pessoas idosas, menos ainda classificadas como pessoas da terceira idade. Preferem se apresentar como “velhas”. Mulheres que passaram dos 55 anos, algumas mais velhas que outras, e estão passando por “uma das etapas mais longas” da vida, embora

“Quem vai pagar pelo envelhecimento de quem”

No livro “Economia da Longevidade – o envelhecimento populacional muito além da previdência”, Jorge Félix amplia a visão sobre a dinâmica demográfica para muito além da questão da previdência ,  assinalando que a corrida populacional é uma das ameaças contemporâneas para a democracia. Os conflitos nas ruas do Chile, a guerra comercial entre Estados Unidos e China, a desigualdade social crescente em quase todo o planeta, o fluxo migratório global, a desindustrialização brasileira, as mudanças climáticas e a chamada 4ª revolução industrial. Você deve estar se perguntando o que isso tem a ver com o envelhecimento populacional, certo? Jorge Félix, jornalista, doutor em Ciências Sociais pela PUC-SP, professor da USP, colaborador do  Portal do Envelhecimento  e especialista do tema no país, responde: a dinâmica demográfica, inédita na história do capitalismo, está construindo uma nova geopolítica. Essa é a tese principal do seu livro, recém lançado pela 106 Editora, intitulado “ Economia da