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O ano novo não existe

Fogos celebrando o que mesmo? A mudança nem sempre precisa ser pensada ou racionalizada, pode ser um simples dobrar de esquina na direção contrária. A cultura ocidental se baseia bastante na ideia evolutiva de que hoje somos melhores que ontem e amanhã seremos melhores que hoje. Logo, marcamos a semana de um jeito que soe progressiva e construímos narrativas internas em termos da jornada do herói : vida comum, desafio, recusa, aceite, luta final, vitória e retorno renovado para a vida comum. Isso leva as pessoas a se perceberem subindo uma rampa imaginária para uma condição mais sofisticada de si mesmas que o dia anterior. E, mesmo sem esforços ou trabalho pessoal extra, acreditam-se arrastadas por essa correnteza evolucionista. Essa atribuição do tempo como curador de mágoas e transformador de caráter é falha, ainda que muitos acreditem. A velhice resumiria o ícone da vida plena. Se isso é verdadeiro, porque vemos tantas pessoas idosas mimadas, deprimidas, lamentando a vida e sem nen

Envelhecimento no Século XXI: Celebração e Desafio

O relatório Envelhecimento no Século XXI: Celebração e Desafio oferece vários exemplos de programas inovadores que tratam com sucesso as questões do envelhecimento e os interesses dos idosos. O relatório Envelhecimento no Século XXI: Celebração e Desafio analisa a situação atual das pessoas idosas e o progresso nas políticas e ações adotadas por governos e partes interessadas na implementação do Plano de Ação Internacional para o Envelhecimento; esse Plano, aprovado na II Assembléia Mundial do Envelhecimento realizada em Madri, visa fazer frente às oportunidades e desafios de um mundo cuja população está envelhecendo, 2002. Comentário do Blog:  Extraí da Síntese Executiva do relatório uma pequena parte, mas o suficiente para entender o caminho a seguir e a permanência no mesmo, Mais do que a permanência futuras ações deveriam assegurar que as questões do envelhecimento fossem adequadamente refletidas na agenda de desenvolvimento pós-2015, inclusive através do desenvolvimento de metas e

Vovó Neuza, uma blogueira com 86 anos

'Rótulos, como 'terceira idade', são marketing e não são reais' Neuza Guerreiro de Carvalho, conhecida como Vovó Neuza, mantém um blog com textos sobre a vida, cultura e memórias. Aos 86 anos e super antenada, ela conta que seu blog é uma colcha de retalhos. Neuza afirma que ela, por exemplo, estaria na quarta idade. Comentário do Blog: Há poucos dias fui à farmácia. Gentilmente a jovem que me atendia perguntou se gostaria de fazer um cadastro disse que sim. Ao ser perguntada sobre a profissão, respondi: Blogueira. O rapaz que estava ao lado sorriu com desdém e a jovem  desfez o ar de alegre cortesia e respondeu essa profissão não está na relação. Então ... respondi põe "do lar". Como uma coisa puxa a outra lembrei da certidão de nascimento do meu pai que nasceu em 1915. Começa a certidão com os "teores de praxe" e aí vem o seguinte;  ... o  senhor Manoel Gutierres ... casado com dona Saturnina Charquero de profissão " labores do seu sexo".

Papa Francisco faz elogio à velhice

Papa Francisco durante audiência FRANCO ORIGLIA GETTY IMAGES Em seu aniversário de 80 anos, papa Francisco faz elogio à velhice “Velhice é uma palavra que assusta, mas pode também ser uma etapa a ser vivida com alegria” No dia em que completa 80 anos, diante de cerca de 60 cardeais mais ou menos da sua faixa etária, Jorge Mario Bergoglio fez neste sábado um elogio da velhice e, de passagem, de um elemento que ele considera indispensável para vivê-la: o senso de humor. Durante uma missa na Capela Paulina do Palácio Apostólico, o papa Francisco admitiu: “Há alguns dias tem vindo à minha mente uma palavra que parece ruim e que assusta: a velhice . Ocorre-me aquele verso [de Ovídio]: ‘a passos silenciosos, a velhice avança na sua direção’. É um golpe! Mas é preciso vê-la como mais uma etapa da vida, com alegria, esperança. A velhice é sede de sabedoria. Esperemos que para mim também seja assim”. Bergoglio começou a receber cumprimentos já na quarta-feira, quando houve a audiência aberta

Quem falará por mim na terminalidade?

O direito de decidir até o fim da vida Um sopro de energia e renovação. Esta é a sensação ao ouvir Maria Aglaé Tedesco, juíza de Direito Titular da 15ª Vara de Família no Rio de Janeiro e doutora em bioética, ética aplicada e saúde coletiva. Instigante é que a juíza fala sobre a morte e sobre a importância de poder decidir até o fim:   “ Enquanto somos protagonistas das nossas vidas, isso não parece importante, mas, e na velhice, quando às vezes não é possível manifestar a própria vontade? Quem falará por mim na terminalidade? Tem que haver mecanismos que obriguem as pessoas a cumprir essas vontades que foram expressas anteriormente. O Estatuto do Idoso ainda é desconhecido e pouco utilizado. Se não ouço o que o idoso quer para sua vida quando podia manifestar-se, estou cometendo uma violência contra ele”, afirma.   A juíza Maria Aglaé dá o exemplo de um pai, doente terminal, que expressa seu desejo de não ser ressuscitado ou de que a equipe médica lance mão de qualquer ação para reani

Viver com compromisso e ser feliz

Viver com o compromisso por Antonio Sanchez-Marin Enciso Comentário do Blog: O depoimentos do senhor Antonio Sanchez, espanhol de Barcelona, é uma peça para estudo. A consciência do auto cuidado para um envelhecimento ativo é clara e sua autodeterminação precisa. Importante ressaltar o papel de não intervenção direta dos filhos. A publicação do texto original respeitou as pausas dadas pelo autor e todas as suas particularidades. A tradução é livre e o original pode ser lido clicando no link da Fonte. Quero avisá-lo que qualquer coisa que eu disser aqui é o que poderiam ser ditas por outros velhos como eu. Às vezes pode ofender as sensibilidades dos ouvintes/leitores, porque se não temos a definição de velho, EU SOU. E ao velho nos falta modéstia e sinceridade nós temos a abundância.  Temos visto e ouvido! Velho : uma pessoa que tem idade avançada e está no último período da vida, que está envelhecendo ... Adjetivo:  ser muito velho, que tem muita idade. EU, DISSE-ME MINHA NETA: "

A mídia e a disseminação dos estereótipos negativos

Contribuição da mídia na disseminação dos estereótipos negativos Nos dias de hoje, os meios de comunicação estão presentes em tempo integral em nossas vidas, ditando regras, incitando reflexões e impondo estereótipos. Freud (1996, p. 25) já dizia, em 1930, que “os tabus inventados pela sociedade criam restrições que influenciam os homens a agirem e pensarem de determinado modo”. Logo, o tabu do idoso chato tende a direcionar os olhares para tal característica, gerando uma comunidade castradora, repulsiva e repleta de fantasias. Nos dias de hoje, os meios de comunicação estão presentes em tempo integral em nossas vidas, ditando regras, incitando reflexões e impondo estereótipos. Estes últimos permeiam fortemente nossas relações, influenciando, assim, o pensar da sociedade. 97,2% da população brasileira possuem televisão, e 50% acesso à internet (IBGE, 2013), logo, a mídia está presente na vida de quase toda a população brasileira, principalmente os canais de televisão aberta, contribuin