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Coronavírus mostrou que todos sentimos medo e morremos igual

Diante dos nossos olhos se esvanece o paradigma civilizatório que nos moldou ao longo dos últimos 200 anos Da minha janela vejo uma amoreira branca, árvore que me fascina e que foi um dos motivos pelos quais escolhi morar aqui. A amoreira é uma planta generosa —ao longo de toda a primavera e de todo o verão alimenta dezenas de famílias de pássaros com os seus frutos doces e saudáveis. No entanto, agora a amoreira está sem folhas, e assim vejo um pedaço de uma rua quieta ao longo da qual raramente passeia alguém em seu caminho para o parque. O tempo em Breslávia está quase veranil, brilha um sol que quase ofusca a vista, o céu está azul, e o ar, límpido. Hoje, enquanto passeava com o cachorro, vi duas pegas espantando uma coruja para longe do seu ninho. Nos entreolhamos com a coruja a uma distância de apenas um metro.Tenho a impressão de que os animais também esperam por aquilo que está por vir. Para mim, já havia um bom tempo, o mundo estava em demasia. Por demais, rápido demais, barul