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Judith Butler em defesa de uma nova solidariedade

Judith Butler: “De quem são as vidas consideradas choráveis em nosso mundo público?” Em seu novo ensaio, ainda inédito no Brasil, a filósofa defende uma nova solidariedade contra a violência para enfrentar esta época marcada pelo conflito permanente. Antecipamos um trecho da obra Julio Cortázar  encarna uma  tradição de imaginação literária  e ativismo político extraordinários. Tenho em mente aquela advertência que  Pablo Neruda  fez há alguns anos: “Quem não lê Cortázar está condenado”. Cortázar acreditava que devemos estar conscientes da linguagem que usamos ao descrever o mundo, pois está repleta de significados inconscientes, histórias sociais, um legado de luta e submissão. É possível que a linguagem que seja mais clara para nós acabe se revelando a mais opaca e até enganosa quando começamos a nos aprofundar na história de seu uso. Em uma aula de literatura que deu em 1980 na Universidade da Califórnia, em Berkeley , universidade onde sou professora, Cortázar disse a seus alunos: