Hoje, me senti inteira para escrever sobre o velho que habita em mim. Uma c rônica da Vera Helena Zaitune (*) Há alguns anos, uma professora, competente e comprometida com questões ligadas ao envelhecimento, solicitou que redigíssemos sobre esse assunto. Por várias vezes me enxergava apta para dar conta deste recado. No entanto, havia um espaço no texto que precisava ser preenchido. Nos meus quase bem vividos 65 anos de vida, entendo que envelhecer constitui-se numa arte, algumas vezes doce, noutras mais severa, muito alegre e sobretudo, liberta de pretensões ligadas a convencimentos de opiniões e posicionamentos daqueles com quem convivemos. Desfrutar dessa autonomia, significa arriscar-se com passos largos ou contidos por caminhos variados e apreciar as estações que visitamos nessa viagem intensa e plena. Sentamo-nos em bancos de madeira e conferimos os atributos que os envolvem, celebramos o conforto e rapidez dos assentos que nos conduzem a cidades lindas e misteriosas cujos mean