Uma palavra para resumir o filme: humanidade. Marion (vivida por Vanessa Redgrave), uma senhora aposentada e com um câncer terminal, faz parte de um coral de idosos que encontra na música um novo sentido para a vida, um alento, um respiro agradável e divertido, especialmente em uma fase onde as lembranças são mais importantes que os sonhos. O que vale para eles e, especialmente, para Marion, é viver o dia de hoje da melhor maneira possível, aquilo que poderíamos chamar, no bom francês de crème de la crème do inevitável. Se os próximos dias serão amargos ou difíceis, bolas para eles. E assim, a música acaba se tornando o melhor remédio para o constrangedor anúncio de “fim de linha”. Se Marion já nos encanta com sua sensibilidade, tolerância e “prazer desenfreado” pela vida, seu marido Arthur é, inicialmente, o rabugento, o irritante, aquele que estraga qualquer momento de alegria. Um homem que luta com seu gênio difícil, com seu pensamento rígido e suas convicções amargas