Estamos menos saudosistas, mas o pessimismo continua a ser cultural. Coimbra de Matos, psiquiatra e psicanalista, fala dos portugueses neste virar de década e da depressão, a sua área de estudo. Vê-se cada vez mais burnout e só há uma solução: diminuir o ritmo.Recebeu-nos no consultório em dia de aniversário e não se recorda de alguma vez ter tirado o dia para celebrações. São os 90, mas António Coimbra de Matos mantém o brilho e agenda de quem tem a sorte de fazer o que gosta. E o mérito, que são já 60 anos de psiquiatria, dedicados ao estudo da depressão e da psicanálise como viagem da “saudade para a imaginação”, de olhos postos no futuro. É para lá que também gosta de apontar. Gostaria de ultrapassar os 101. Chegámos ao final de mais um ano. Somos bons a fazer resoluções, é um exercício que vale a pena fazer? Acho que vale, se somos bons não sei... É uma altura em que geralmente se faz um balanço e isso é importante. Costumam pedir-lhe para deitar os portugueses no divã. Como estam