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Mostrando postagens com o rótulo Coronavirus

Idosos de todo o mundo, uni-vos!

"Iremos para as trincheiras e defenderemos nosso direito de morrer quando a hora chegar e não quando interessar ao mercado"   Escreve o cartunista , Miguel Paiva para o Jornalistas pela Democracia.  Miguel Paiva. Foto: Reprodução “Como idoso me sinto ameaçado por este governo. Não que eu seja um idoso de grupo de risco. Aí já me sentiria condenado. Aparentemente sou saudável, faço exercícios, tomo meus suplementos fitoterápicos, faço meus exames regularmente e tirando meu joelho que reclama, me sinto muito bem. Quando era bem mais jovem me sentia ameaçado pela ditadura por ser estudante e depois jornalista. Fui preso por causa disso duas vezes, uma vez em cada categoria. Achava que esses tempos tinham acabado. Agora, durante a pandemia bolsonariana, a ameaça volta. Como diz minha amiga Emília Silveira, parceira de trabalhos e de quarentena junto com a Angela aqui na serra, o velho de hoje é o judeu de antigamente ( ou de sempre). Alguns países e algumas tribos indígenas consi

Coronavírus e velhice: eu não sou seu avô!

Ricardo Iacub, porta-voz de uma cruzada por mostrar que a velhice não precisa ser sinônimo de descarte. Por que, ao contrário da crença popular, a crise da saúde pode ser uma oportunidade para maiores de sessenta anos? Qual é a utilidade de reivindicar a palavra "antigo" no contexto de uma explosão viral global? Que pequenos atos podem fazer a diferença durante o isolamento? Tudo isso e muito mais explica o gerente de gerontologia e vice-gerente do PAMI, Ricardo Iacub, porta-voz de uma cruzada por mostrar que a velhice não precisa ser sinônimo de descarte. Por  Dolores Curi Ricardo Iacub, vice-gerente do PAMI Imagem: Sebastián Freire Ninguém quer ser chamado de "velho" ou "velho". E para não mencionar que ele é "velho, solitário e fodido", que, além de uma das peças mais bem-sucedidas e de maior duração do jogo, é um resumo, a imagem viva, do destino em que ninguém queria pousar. Dessas representações do envelhecimento como a cena mais temida, t

Dilema ético, os idosos e a metáfora da guerra

Parte da sociedade é tratada como inútil e improdutiva A  metáfora da guerra  tem sido utilizada para espelhar a luta que está sendo travada contra a   Covid-19 . Essa analogia é moralmente preocupante. Na situação de guerra, o desafio é curar os soldados e mandá-los de volta para a batalha. Numa epidemia é muito diferente. Precisamos salvar a vida dos civis preservando valores e sensibilidades da sociedade humana. As democracias enaltecem os princípios de igualdade e solidariedade. Sabemos que os determinantes da saúde são sociais e que é próprio dos Estados modernos procurarem reduzir desigualdades que marcam a vida social. Por essa razão há um mal-estar em dizer, com todas as letras, que o jovem tem prioridade em relação ao  idoso  em caso de colapso do sistema de saúde. Na Itália e na Espanha, diante desse  dilema médico , associações de classe optaram abertamente pelo critério da idade cronológica. Deram prioridade àqueles que teriam “recuperação mais rápida” ou “maior expectativa

La pobreza espiritual de una sociedad que minimiza la muerte de sus ancianos

Nota: Por gentileza, use o tradutor caso seja necessário. En tiempos de pánico parece que todo vale con tal de exorcizar el miedo. Uno de los mantras que algunos gobiernos (desalmados) y medios de comunicación (desinformados) han repetido bajo diferentes fórmulas – algunas a nivel subliminal – para intentar calmar a la población cuando el virus aún no estaba muy difundido es:  ¡no os preocupéis, este coronavirus solo mata a los ancianos! Pero ese “solo” duele en el alma. Duele a quienes tienen ancianos a su lado y a quienes les queda un mínimo de sensibilidad. Porque la grandeza de una sociedad se mide por la manera en que trata a sus mayores. Y una sociedad que convierte a sus ancianos en piezas prescindibles ha perdido todos sus puntos cardinales. La sociedad que venera el cuerpo se condena a la decadencia del alma -  En las  culturas “primitivas”  las personas más ancianas gozaban de una consideración especial porque se les consideraba reservorios de una gran sabiduría y conocimien

Velhos, o peso do mundo

Texto belíssimo, do articulista Julio Maria, de “O Estado de São Paulo”, publicado dia 26/03/2020 VELHOS, O PESO DO MUNDO Ao ouvir que “só os mais velhos” estão sujeitos ao novo coronavírus e que a força jovem e criativa da parte dos vivos que interessa à humanidade deve voltar aos trabalhos agora para que o país não derreta, penso logo em como se sentem esses tais “mais velhos” aos quais o suspiro de alívio da frase se refere. Dizer que a doença “só mata velhos” é como dizer “tudo bem, só morre quem está com o pé na cova” ou “quem vai se abalar com a morte de alguém que já viveu tanto?” Não é verdade que o novo coronavírus tenha esse apetite exclusivo por pessoas com mais de 70 anos, como os leitos e os respiradores comprovam todos os dias, mas ainda que fosse, que a doença “só” levasse “esses velhos inúteis para o crescimento do país”, “essa categoria de gente que não faz a mínima falta em um processo eleitoral pelo simples motivo de que eles nem votam mais depois que completam 70 an

Coronavírus anuncia revolução no modo de vida que conhecemos

Domenico De Masi relata drama na Itália e diz que lógica neoliberal tem que mudar Resumo: Sociólogo italiano narra situação dramática em seu país e argumenta que as imposições em decorrência da pandemia, como o trabalho em casa, a solidariedade e o papel da esfera pública, demonstram que é possível e desejável mudar a lógica mercadista da economia e criar modos de viver mais racionais e proveitosos para o mundo contemporâneo. A Itália de onde escrevo, um dos países mais vivazes e alegres do mundo, é hoje  apenas um deserto . Cada um dos seus 60 milhões de habitantes acha que é imortal, que o vírus não o tocará, que irá matar não ele mas alguma outra pessoa. Porém, no silêncio do seu coração, cada um sabe que essa ilusão é pueril e que essa  pandemia misteriosa, abstrata e tangível  ao mesmo tempo, escolhe suas vítimas ao acaso, como numa roleta russa. Em algum tempo vamos saber se o vírus pode ser debelado ou se nos matará em massa, assim como fez no século passado a famosa gripe espan

O coronavírus de hoje e o mundo de amanhã, segundo o filósofo Byung-Chul Han

Países asiáticos estão lidando melhor com essa crise do que o Ocidente. Enquanto lá se trabalha com dados e máscaras, aqui se chega tarde e fecham fronteiras Chineses, todos de máscara, fazem fila no ponto de ônibus em Pequim, em 20 de março. KEVIN FRAYER / GETTY IMAGES O coronavírus  está colocando nosso sistema à prova. Ao que parece a Ásia controla melhor a epidemia do que a Europa.  Em Hong Kong, Taiwan e Singapura há poucos infectados . Em Taiwan foram registrados 108 casos e 193 em Hong Kong. Na Alemanha, pelo contrário, após um período muito mais breve já existem 19.000 casos confirmados, e na Espanha 19.980 (dados de 20 de março). A Coreia do Sul já superou a pior fase, da mesma forma que o Japão. Até a China, o país de origem da pandemia, já está com ela bem controlada. Mas Taiwan e a Coreia não decretaram a proibição de sair de casa e as lojas e restaurantes não fecharam. Enquanto isso começou um êxodo de asiáticos que saem da Europa. Chineses e coreanos querem regressar aos