Não podemos negar que a fome voltou a ser um grande problema no nosso país nos últimos anos – principalmente após a crise econômica e a pandemia de covid-19.
Comentário do Blog: Sim, existem dados mais recentes. Mas optei por esta publicação do IBASE, porque informa sobre as várias e diversas metodologias, existentes, usadas para medir a fome no Brasil.
Um problema enfrentado ao se analisar essa
realidade é que existe uma divergência entre as pesquisas realizadas para
apontar quantos brasileiros e brasileiras estão passando fome.
Um estudo feito pela Organização das Nações Unidas
para a Alimentação e a Agricultura (FAO), por exemplo, mostrou que 15 milhões
de brasileiros(as) estão passando fome. Por outro lado, uma pesquisa da Rede
Penssan estimou que 33 milhões encontram-se em situação de insegurança
alimentar no país, enquanto a FGV Social alegou que seriam 77 milhões.
Diante de tais dados, várias pessoas passaram a se
perguntar o porquê desses números serem tão divergentes e qual deles estaria
correto.
Independentemente de qual desses indicadores seja o
“certo”, é importante ressaltar que todos eles mostram uma situação drástica,
mesmo o mais conservador (da FAO).
Ou seja, de qualquer forma precisamos trabalhar
para combater a fome e a insegurança alimentar que assola nosso país. Mas, para
compreender melhor os números apresentados, primeiro precisamos entender qual é
o conceito de fome utilizado em cada pesquisa.
Qual a diferença entre fome e insegurança alimentar?
As pesquisas realizadas sobre a fome, na verdade,
avaliam a insegurança alimentar presente na sociedade
brasileira – um conceito um pouco complexo.
Existem quatro fatores que caracterizam essa
condição:
- acessibilidade das famílias à comida
- disponibilidade de alimentos nos
supermercados
- continuidade da alimentação ao longo do
tempo
- relação nutricional dos alimentos
consumidos
Isso significa que as pessoas que se encontram em
situação de insegurança alimentar nem sempre estão sem ter o que comer, mas sim
sem acesso a alimentos que forneçam os nutrientes necessários por um
determinado período.
Esse conceito é importante porque, antes de passar
fome de fato, muitas famílias diminuem o número de refeições e a qualidade dos
alimentos consumidos, passando a comprar mais ultraprocessados e ingredientes
baratos.
Por isso, podemos separar a insegurança alimentar
em 3 categorias: leve, moderada e grave. De acordo com o IBGE, a fome é
quando há insegurança alimentar grave, ou seja, quando a pessoa
realmente não tem mais acesso à comida.
Percebeu que o assunto é complexo né? No caso das
pesquisas, cada instituto utiliza uma metodologia diferente e, por isso, acaba
encontrando dados distintos.
Para a FAO, fome é a sensação de dor física
ocasionada pela ausência de alimentação por, no mínimo, um dia. A ONU não
utiliza a categoria leve em seu estudo, então foi feita uma média entre 2019 e
2021 mostrando que 15,4 milhões de pessoas estavam vivendo com insegurança
alimentar grave no Brasil e 61,3 milhões com moderada ou grave.
A pesquisa da FGV Social diz que em 2021 a
insegurança alimentar atingiu 77 milhões de pessoas no país; e o Inquérito da
Rede Penssan mostrou que 33 milhões encontravam-se com insegurança alimentar
grave.
Sob qualquer metodologia, todos esses relatórios
indicam que houve um aumento da fome e da insegurança alimentar como um todo no
país, o que também pode ser constatado pelo retorno do Brasil ao Mapa da Fome
da ONU em 2022.
Ou seja, mesmo a estatística mais conservadora já
demonstra como a fome voltou a ser um problema social sério no Brasil devido à
crise econômica e sanitária causada pela Covid-19 e, principalmente, ao descaso
do governo nesse período.
Anos após Betinho ter criado a campanha Ação da
Cidadania Contra a Fome e a Miséria e pela Vida, ainda precisamos combater essa
triste realidade.
Vamos juntos combater a fome!
O combate à fome era a principal luta de Betinho,
fundador do Ibase, e por isso é um dos eixos principais da nossa atuação.
Em 2022, lançamos o Fundo Beija-Flor,
uma iniciativa que tem como objetivo angariar recursos para financiar
ações de combate à pobreza e de promoção da cidadania.
Apoiar o Ibase e o Fundo Beija-Flor garante a construção
de um Brasil mais justo e solidário.
Venha conhecer
a iniciativa e nos ajudar a reverter essa situação crítica em
que o país se encontra.
Fonte: https://ibase.br/quantas-pessoas-estao-passando-fome-no-brasil/
Comentários
Postar um comentário