Os resultados da investigação realizada pela OPAS e seus parceiros podem servir de base para o desenvolvimento de estratégias específicas de prevenção para homens e mulheres.
Washington,
DC, 23 de fevereiro de 2023 (OPAS) - Um novo estudo da Organização
Pan-Americana da Saúde (OPAS) e parceiros publicado hoje no The Lancet Regional
Health - Americas destaca a importância de levar em conta os determinantes
sociais de mortes por suicídio específicos de gênero ao desenvolver
intervenções de redução de risco e estratégias de prevenção.
O
artigo Fatores contextuais associados à mortalidade por suicídio em nível de
país nas Américas, 2000-2019, identificou que, embora o homicídio e o uso de
álcool e outras substâncias estejam associados ao aumento da mortalidade por
suicídio entre homens, a desigualdade educacional foi o principal fator entre
as mulheres. Para ambos os sexos, o desemprego esteve associado ao aumento da
mortalidade por suicídio.
"Para
prevenir o suicídio, devemos ir além de limitar o acesso a métodos de suicídio,
fortalecer as habilidades socioemocionais e melhorar o acesso aos cuidados de
saúde mental", disse o Dr. Renato Oliveira e Souza, chefe de Saúde Mental
e Uso de Substâncias da OPAS e um dos autores do artigo. “Também precisamos
abordar fatores contextuais que afetam homens e mulheres de maneira diferente,
o que requer uma abordagem de toda a sociedade”
Aumentar
as oportunidades de emprego e melhorar o acesso e a capacidade dos serviços de
saúde, incluindo aqueles relacionados ao uso de substâncias, pode reduzir as
taxas de mortalidade por suicídio. Aumentar as conexões sociais em áreas rurais
e pouco povoadas também é uma estratégia recomendada de prevenção de mortes por
suicídio.
Apesar
dos esforços para reduzir o suicídio globalmente, a América é a única região do
mundo onde a mortalidade por suicídio vem aumentando desde o ano 2000. A
maioria (79%) dos suicídios nas Américas ocorre entre homens, mas mortes por
suicídio entre mulheres também vem aumentando. Em 2019, houve mais de 97 mil
mortes por suicídios na região.
A
análise publicada no The Lancet também destaca que a taxa média de mortalidade
por suicídio entre os homens na região diminuiu à medida que o gasto per capita
com saúde aumentou, enquanto a das mulheres diminuiu à medida que o número de
médicos empregados por 10 mil habitantes aumentou. Para ambos os sexos, a taxa
caiu à medida que a densidade populacional moderada cresceu, uma nota de
advertência destacando a necessidade de apoiar as pessoas que vivem em áreas
rurais isoladas.
"As
expectativas culturais em torno do gênero determinam em grande parte a
diferença entre os sexos na mortalidade por suicídio", disse a Dra.
Shannon Lange, cientista do Instituto Canadense de Pesquisa em Políticas de
Saúde Mental (CAMH) e principal autora do artigo. “Medidas multissetoriais
voltadas para a saúde e para o bem-estar da sociedade devem ser destacadas nos
esforços de prevenção”.
A
OPAS trabalha para melhorar a saúde mental da população das Américas e reduzir
a mortalidade por suicídio. A Organização presta cooperação técnica na
prevenção do suicídio aos países por meio da aplicação do guia Vivir La Vida/Live Life da OMS, que propõe
intervenções eficazes e uma resposta nacional abrangente para prevenir o
suicídio.
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