Comentário do Blog: É possivel, ou não, que eu viva oito décadas e sempre esperançosa. No exercício do esperançar cheguei a acreditar que o processo de envelhecimento seria uma das bandeiras nos planos de gestão dos candidatos aos governos dos estados e do país. Como parte do exercício chego a conclusão que a velhice/os velhos só foram e continuam sendo importantes para o mercado, ou seja, como consumidores. Em sendo assim, a crise que colocou 58,7% da população brasileira em algum nível de insegurança alimentar nos faz deduzir que o % de velhos, que são parte dessa realidade, deixou de ser interessante para o mercado consumidor e ... para as políticas públicas. Entre o esperançar e a realidade está a tristeza. Deixo aqui algumas sugestões de leitura.
1) O texto que dá origem ao título da postagem:
A sociedade histórica dos velhos e a conquista de
direitos de cidadania por Suzana da A. Rocha
Medeiros e Maria das Candeias
Carvalho FeijóPalavras-chave: Idoso, Envelhecimento, Cidadania, Direitos
Resumo: Este artigo busca situar, historicamente, a questão da velhice,
trazendo à reflexão o enfoque da cidadania, da violência e dos direitos
humanos, pontos fundamentais para o entendimento da realidade brasileira sobre
a trajetória de conquistas sociais ainda não devidamente consolidadas. A
velhice é conceituada a partir do entendimento das civilizações antigas até a
questão social na contemporaneidade. Violência e velhice agregam valor ético e
cultural aos processos de exclusão social do idoso e às conquistas de direito
de cidadania, a partir do final do século XX até a promulgação do Estatuto do
Idoso, como lei e política pública.
Biografia das Autoras:
Suzana da A. Rocha Medeiros: Docente-Titular e Pesquisadora do Programa
de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia e Faculdade de Serviço
Social/Departamento de Fundamentos do Serviço Social/PUC-SP e Maria das Candeias Carvalho Feijó: Mestra em Gerontologia, pela PEPG em
Gerontologia, PUC-SP. Advogada, pela Universidade São Francisco (SP). Atuante
nas áreas: Cível, Trabalhista e Penal. Especialização em Direito Penal e
Direito Processual Penal, pela Universidade São Francisco (SP). Fonte: https://revistas.pucsp.br/index.php/kairos/article/view/6930
2) Cidadania e direitos da pessoa idosa por Vicente de Paula Faleiros
Resumo: Este artigo trata dos direitos da pessoa idosa nas
constituições brasileiras
e nas principais leis federais,
numa perspectiva histórica e crítica sobre a definição
desses direitos. A questão é analisada na relação entre cidadania e
envelhecimento nas suas diferentes dimensões: direito à velhice,
cobertura das necessidades, proteção, reciprocidade familiar e
protagonismo da pessoa idosa.
Palavras chave: velhice, direitos e leis
Fonte: https://periodicos.unb.br/index.php/SER_Social/article/view/12766/1116
3) A Cidadania na
Perspectiva da Velhice - Desafios cotidianos para viver com dignidade
Organizadores; Raimunda Silva d’ Alencar
Wagner A. H. Pompéo
Destaque do texto: "O tema, por si, é instigante, na medida em que se considere a cidadania como um conceito itinerante, cuja compreensão muda no tempo e no espaço e, além de não alcançar toda a população brasileira, ainda trata boa parte dela
com medidas assistencialistas, com ações sociais que mais
alienam do que combatem o efeito, pois não buscam responder às causas e mantêm o mesmo status quo."
4) Velhice, trabalho e cidadania: as políticas da terceira idade e a resistência dos trabalhadores idosos à exclusão social. Por Marcos Augusto de Castro Peres - Tese de doutorado
Resumo: Este trabalho analisa o movimento social do idoso no Brasil e as recentes políticas públicas e leis dele resultantes (a Política Nacional do Idoso e o Estatuto do Idoso), sob uma perspectiva crítica, considerando a ausência dos idosos nessas reivindicações e o papel das organizações representativas da velhice enquanto as principais protagonistas. Assim, essas ações podem ser compreendidas como estratégias para controlar um grupo social que cresce rapidamente por causa do envelhecimento populacional e que, por isso mesmo, passa a ser interessante do ponto de vista político-eleitoral e mercadológico. Problematiza-se então a idéia de representatividade institucional, na medida em que não são contempladas, nestas políticas e ações, demandas primordiais dos idosos, como o aumento no valor da aposentadoria, por exemplo. E isso obriga muitos aposentados a continuarem trabalhando para suprir suas necessidades, situação que compromete ainda mais sua autonomia.
Comentários do Blog 2: Antes de olharmos as datas das publicações é importante perguntar: as politicas públicas para o idoso fortaleceram a sua cidadania ou a anularam? Qual é o grau de associativismo que existe entre a população idosa? Nos Conselhos existentes a presença dos idosos é a minoria da minoria. Se ... alguém ou um grupo pensa, cria e decide pelos idosos é possivel dizer que esses são os espaços do exercício de cidadania dos idosos? Como estão se movimentando os idosos para as eleições deste caótico ano de 2022?
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