O Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra a Pessoa Idosa foi oficialmente reconhecido pela Assembléia Geral das Nações Unidas em 2011, após solicitação da Rede Internacional de Prevenção ao Abuso de Idosos (INPEA), que estabeleceu a comemoração em junho de 2006.
Representa
um dia do ano em que o mundo inteiro manifesta sua oposição aos abusos e
sofrimentos infligidos a algumas de nossas gerações mais velhas.
A violência
contra o idoso pode ser definida como “um ato único, repetido ou a falta de ação
apropriada, ocorrendo em qualquer relacionamento em que exista uma expectativa
de confiança que cause dano ou sofrimento a uma pessoa idosa”. É uma questão
social global que afeta a saúde e os direitos humanos de milhões de idosos em
todo o mundo e que merece a atenção da comunidade internacional.
Em muitas
partes do mundo, o abuso de idosos ocorre sem que haja reconhecimento ou
resposta, pois, até recentemente, esse grave problema social estava oculto à
vista do público e era considerado um assunto privado. Ainda hoje, o abuso de
idosos continua sendo um tabu, subestimado e ignorado pelas sociedades
mundialmente. No entanto, há evidências que indicam que o abuso de idosos é um
importante problema de saúde pública e social.
Ocorre nos
países em desenvolvimento e nos países desenvolvidos e, no entanto, geralmente
é subnotificado. As taxas ou estimativas de prevalência existem apenas em
países desenvolvidos selecionados – variando de 1% a 10%. Embora a extensão dos
maus-tratos aos idosos seja desconhecida, seu significado social e moral é
óbvio e, como tal, exige uma resposta multifacetada, focada na proteção
dos seus direitos.
De uma
perspectiva social e de saúde, a menos que os setores de atenção primária e de
assistência social estejam bem equipados para identificar e lidar com o
problema, o abuso de idosos continuará sendo subdiagnosticado e ignorado.
Pela
passagem dessa data comemorativa, em 2020, o secretário geral das
Nações Unidas afirmou em mensagem:
“A pandemia
do COVID-19 está causando medo e sofrimento incalculáveis para as pessoas
idosas em todo o mundo. Além de seu impacto imediato na saúde, a pandemia está
colocando as pessoas mais velhas em maior risco de pobreza, discriminação e
isolamento. É provável que tenha um impacto particularmente devastador sobre as
pessoas idosas nos países em desenvolvimento. Os idosos têm os mesmos direitos
à vida e à saúde que todos os outros. As decisões difíceis em torno dos
cuidados médicos que salvam vidas devem respeitar os direitos humanos e a
dignidade de todos”.
Tipos de violência contra as pessoas idosas:
A mais comum
é a negligência, quando os responsáveis pelo idoso deixam de oferecer cuidados
básicos, como higiene, saúde, medicamentos, proteção contra frio ou calor.
O abandono
vem em seguida e é considerado uma forma extrema de negligência. Acontece
quando há ausência ou omissão dos familiares ou responsáveis, governamentais ou
institucionais, de prestarem socorro a um idoso que precisa de proteção.
Há, ainda, a
violência física, quando é usada a força para obrigar os idosos a fazerem o que
não desejam, ferindo, provocando dor, incapacidade ou até a morte. E a sexual,
quando a pessoa idosa é incluída em ato ou jogo sexual homo ou
heterorrelacional, com objetivo de obter excitação, relação sexual ou práticas
eróticas por meio de aliciamento, violência física ou ameaças.
A
psicológica ou emocional é a mais sutil das violências. Inclui comportamentos
que prejudicam a autoestima ou o bem-estar do idoso, entre eles, xingamentos,
sustos, constrangimento, destruição de propriedade ou impedimento de que vejam
amigos e familiares.
Por último,
há a violência financeira ou material, que é a exploração imprópria ou
ilegal dos idosos ou o uso não consentido de seus recursos financeiros e
patrimoniais.
No Brasil, o
Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos (MMFDH), lançou a
Campanha Nacional de Enfrentamento à Violência contra a Pessoa Idosa, com o
objetivo de abordar medidas para prevenir e identificar situações de violência,
negligência e abuso contra os idosos. Experiências e boas práticas serão
compartilhadas, com contribuições para uma proposta de protocolo de atenção.
Idosos com
aspecto descuidado, que apresentem marcas no corpo mal explicadas ou sinais de
quedas frequentes e que tenham familiares ou cuidadores indiferentes a eles,
podem estar sendo vítimas de violência.
Onde procurar
orientação ou denunciar:
– unidades
municipais de saúde;
– delegacias;
– disque 100 (Direitos Humanos);
– 190: Policia Militar (para situações de risco eminente)
Fonte: https://bvsms.saude.gov.br/15-6-dia-mundial-de-conscientizacao-da-violencia-contra-a-pessoa-idosa-2/
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