Artigo de Claudio Maierovitch Nos primeiros meses da pandemia de Covid-19 , apesar da escassez de conhecimentos, era mais simples fazer projeções de futuro, com base na taxa de transmissão do vírus e nas proporções de casos graves, hospitalizações e óbitos. De lá para cá, parte da população teve infecção, ganhando algum grau de imunidade; chegaram —com alcance e velocidade muito heterogêneos pelo mundo— diversas vacinas , altamente efetivas para reduzir casos graves e óbitos, mas que não impedem a transmissão. Novas variantes do Sars-CoV-2 têm surgido, com características diferentes da original, inclusive no que se refere à possibilidade de escapar da imunidade adquirida. Atitudes, comportamentos e ambientes mudaram. Além disso, começam a se tornar disponíveis alguns medicamentos que apresentam bons resultados no tratamento da doença. Fazer previsões tornou-se uma tarefa de grande complexidade. Embora os casos e óbitos diários no Brasil tenham caído muito desde o início de 2022