Idosos não são ônus e contribuem economicamente à sociedade, diz professora Anita Liberalesso Neri
Comentário do Blog: Na postagem anterior usamos o termo Idadismo. Nesta entrevista, Liana Coll dá início a conversa mencionando os termos etarismo e ageísmo. O idadismo vem do inglês "ageism" e não é mais do que a discriminação à idade, uma forma de preconceito contra os idosos. A maioria de nós reconhece que a discriminação é desagradável em todas as suas formas, mas parece que há alguns aspectos curiosos do envelhecimento que a tornam diferente de outros tipos de discriminação.
O #preconceito baseado em questões de idade se agravou na pandemia de Covid-19. Os #idosos são encarados como um peso para a sociedade, para o sistema de saúde, e para a #previdência social. Além disso são alvo de piadas pela dificuldade que muitos têm para se manter em isolamento. Isso contraria a realidade brasileira, uma vez que 60% dos idosos são responsáveis pelo sustento de suas famílias. Produtivos, acolhedores de filhos e netos, resilientes. Os idosos são um bônus, e não um ônus para a sociedade, como a gente entende acompanhando a entrevista da gerontóloga e professora Anita Liberalesso Neri, da Faculdade de Ciências Médicas da #Unicamp.
Assista à entrevista da professora da Faculdade de Ciências Médicas da Unicamp, Anita Liberalesso Neri, ao programa Direto na Fonte (Rádio e TV Unicamp):
“Eticamente e em termos culturais, o que será do futuro da sociedade se ela reserva esse tratamento não humano e não solidário a essa parcela importante da sociedade?”, questiona a professora, para quem por trás da visão de que os idosos são onerosos ao país,esconde-se o fato de que os problemas do sistema de saúde e previdenciário têm, em sua origem, relação com a desigualdade e a concentração de privilégios na sociedade. Ela lembra que eles dão uma relevante contribuição econômica e instrumental ao país, sendo responsáveis por parte significativa da renda de famílias e por tarefas de cuidados no lar, por exemplo.
“Os idosos são uma contribuição econômica importante para a sociedade brasileira, ajudando a diminuir as taxas de pobreza. Cerca de 60% dos idosos são os chefes de família. Seja com proventos de aposentadoria ou renda vitalícia, é o único dinheiro certo que entra na família. Há um arranjo de sobrevivência em que o idoso comparece com o dinheiro que inclusive ajuda com alimentos, no pagamento de contas fixas como luz, água, gás, e isso acaba sendo importante para as famílias.
Outro fato considerável, diz a professora, se dá pelo motivo de que cerca de 80% dos idosos são donos do domicílio. Diante de uma crise econômica prolongada, esse elemento é importante no acolhimento de filhos e netos desempregados. Por isso, aponta, “apontá-los como improdutivos, universalmente doentes e inválidos não só é uma inverdade porque existe toda essa ajuda econômica, como de fato os idosos estão envelhecendo hoje com uma condição melhor”.
Além disso, aponta Anita, os idosos também dão amparo às famílias no âmbito do cuidado. “Os idosos também ajudam instrumentalmente suas famílias, tomando conta dos netos, fazendo trabalhos domésticos, o que compete na maior parte das vezes às mulheres idosas, que mesmo doentes e oneradas pela dependência funcional ajudam a família até o extremo das suas forças”, observa.
Fonte: www.unicamp.br/unicamp/noticias/2020/05/19/Imagem: catracalivre.com.br/causando/
Comentários
Postar um comentário