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Aprender a envelhecer é preciso

Post 60, el futuro es largo: por qué es clave aprender a envejecer. Por 

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Yo también tenía terror a la dependencia, pero me he dado cuenta de que no es tan grave. Una se acostumbra y agradece la ayuda. No puedo vestirme ni ducharme sola, me cuesta cepillarme los dientes y cortar el pollo de mi plato, pero nunca he estado más contenta que ahora”. Son las palabras de Catherine Hope, una de las protagonistas de “El amante japonés”, la novela de la consagrada escritora Isabel Allende.

La felicidad, y la salud, son indicadores cuya importancia a lo largo de la vida describe una gráfica similar, en forma de “U”. Es decir, las personas consideran de mayor importancia a la salud y a la felicidad al comienzo de la vida y en las décadas finales. No es de sorprender, entonces, que la Sra. Hope se sienta y se exprese feliz a pesar de su mala condición.

Cuando se publicó De vuelta. Diálogos con personas que vivieron mucho y lo cuentan bien”, mi primer libro, los periodistas me preguntaban si había podido sacar algún aprendizaje o conclusión a partir de las ricas conversaciones que, para escribirlo, había sostenido con personas mayores. Aprendizajes fueron tantos como diálogos hubo, conclusiones dos. La primera, muy simple, pero no por ello fácil, fue que a envejecer se puede (y debe) aprender. Sí, así como lo escucha

Así como en determinados momentos de la vida las personas decidimos aprender a conducir un vehículo, a ejecutar un instrumento musical o hablar otra lengua, a envejecer se puede aprender.

No sólo se puede aprender a envejecer sino que es lo más conveniente que podríamos hacer si consideramos las estadísticas. Es, en proyección, una realidad que nos tocará vivir. Sirva como ejemplo que, en un país como EEUU, un hombre que llega hoy a los 70 años tiene solo el 2% de probabilidades de morir dentro de los próximos 12 meses,mientras que a esa misma probabilidad en 1940 se llegaba con 56 años.

En nuestro país, a una persona que cumple 60 años le quedan por delante 21 años de expectativa de vida según la ONG HelpAge International, de los cuales algo más de 16 años serán de vida independiente y autónoma. El futuro parecería ser que en gran medida promete ser extenso. Woody Allen suele repetir que será bueno planificar el futuro ya que en él pasaremos el resto de nuestras vidas.

Aprender no es tarea fácil. Una de las muchas definiciones de “aprendizaje” dice que es un cambio relativamente permanente del comportamiento o conducta como resultado de la práctica.

Las personas mayores suelen saber mucho de esto. No solo han vivido mucho sino que son sobrevivientes. Sin embargo, la forma en que las personas capitalizan su experiencia discurre por múltiples caminos, y todos ellos están tapizados por los mismos condicionantes, aquellos que se tornan en oportunidades y también en desventajas: son nuestra educación, nuestras relaciones afectivas y entorno y también nuestros estilos de vida. Condicionan el camino de la existencia y nos dan la perspectiva del curso de vida.

A pesar de ello y de la evidencia acumulada, es frecuente aun escuchar a quienes sobrevaloran el valor de la subjetividad como karma. ¿Falta de sustento cientificista o propia inseguridad en busca del auto convencimiento? Difícil saberlo. Mientras tanto, son las personas mayores quienes, como valiosos exponentes de capital humano, nos siguen enseñando. Prosigue la Sra. Hope en la novela: “Me sobra tiempo y por primera vez en mi vida nadie espera nada de mí. No tengo que demostrar nada, no ando corriendo, cada día es un regalo y lo aprovecho a fondo”.

Disponibilidad y conciencia de finitud. Nada de subjetividad y menos de una nueva adolescencia que algunos pretenden ver en la vejez.

Decía que la experiencia del libro me acercó a dos conclusiones. La segunda de ellas es que “se envejece como se ha vivido”. Quien ha sido un optimista en su vida de joven y adulto lo seguirá siendo de persona mayor, y quien en su vida pasada fue un solitario y apesadumbrado, de mayor lo seguirá siendo; aunque la investigación científica nos muestre que estos últimos viven menos. Aquí, nuevamente, no hay subjetividad que valga. Por ello está en cada uno de nosotros pensar nuestro futuro desde la experiencia como aprendizaje.

La proyección de esta nueva longevidad puede ser lo suficientemente interesante como para tomarnos esta tarea no solo como aprendizaje, sino como un deber. “La vida tiene mezclas de sinsabores y éxitos, espirituales, íntimos, el tema es el balance. Creo que la felicidad es la cuota positiva sobre la negativa”, me dijo el ex Ministro de Salud y medico Aldo Neri a sus 83 años. Seguramente por algo lo diría. El futuro para él había llegado, nosotros aún podemos prepararnos. Es un aprendizaje y un deber aprender a envejecer.

Diego Bernardini es médico, especialista en adultos mayores y envejecimiento. Es autor del espacio Mayores en Buena Vibra, y autor del libro “De Vuelta”.

Fonte: buenavibra.es/                   Imagem: 



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