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Vai Malandra! Vai ser Velha e As pessoas mais velhas são cool

Dois olhares de una realidade através da música: um artigo com uma análise muito oportuna dos valores do corpo e um vídeo com uma visão alegre, otimista e também possível.

Malandra ou Cool seja feliz!

Comentário do Blog: por uma questão de estética visual parte do comentário  esta antes do principal. Surpreendente foi encontrar um vídeo de Nice Nienke, Youtuber que assim se apresenta: "Kinda don't know what I am doing. Kinda like it. My name is Nienke, and I love to make videos! I make videos on YouTube for a big Brazilian audience, but ofcourse everyone is welcome!"  Pois bem, ela apresentava o vídeo da Anita  Vai malandra. Li o artigo, assisti o vídeo da Anita e também o canal da Youtuber Nice Nienke. Parece-me oportuno dizer que o " aprender a envelhecer" longe está de ser um processo simples e rápido. A sociedade e as manifestações "culturais modernas" nos transmitem essa mensagem. Mas... em frente, é possível conviver e escolher os caminhos a seguir. Vamos ao artigo de  Cristiane T. Pomeranz e a postagem de um vídeo pelo Dr. Diego Bernardini.

Que 2018 seja verdadeiro ao escancarar a naturalidade do envelhecer. Sem disfarces, sem retoques. Que em meio às rugas, dores, histórias e amores, cada velho possa construir os novos dias do ano novo a favor de velhices verdadeiras. E dignas! Malandra ou cool, sejamos felizes.

Você já viu o novo clipe da Anitta?

Esta foi a pergunta mais feita desde dia 18 de dezembro quando a música “Vai Malandra” foi oficialmente lançada pela cantora. Em apenas dois dias, o clipe teve 20 milhões de visualizações no Youtube e independente do gosto musical que cada um tenha, devemos reconhecer que uma projeção absurdamente grande acontecia, e eu, quis ver do que se tratava.

Confesso que esta não é a musicalidade que mais me agrada e não me sinto capaz de julgar e nem falar sobre este estilo de música, mas a evidência da real representação de um Brasil que exalta a sexualidade das meninas das favelas está ali representada. O clipe foi gravado no Morro do Vidigal no Rio de janeiro, e tem no funk a voz de uma comunidade que precisa expressar aquilo que vive e isso me parece bastante importante, independente de se assemelhar, na minha irrelevante opinião, a algo vulgar e apelativo.

A Apologia a sexualidade dos corpos jovens está ali evidenciada e ao ver no início do clipe as celulites da cantora aparecerem sem nenhum retoque, cogitei, em meus pensamentos, um movimento que pudesse mostrar a velhice sem filtro.

Anitta é esperta. Artista que domina as coreografias que favorecem a beleza da juventude e que tem nos movimentos corporais o seu real talento. Como já disse, não sou capaz de fazer críticas com fundamentos sobre este assunto, mas entendo que há um contra senso ao pensar que se por um lado gritamos “Meu corpo, minhas regras”, por outro valorizamos ao compartilhar os cliques desta tamanha exposição vulgar de bumbuns que, mesmo com celulites aparentes, assemelham-se a objetos dados como mercadorias. Algo me parece estranho.

Anitta um dia será velha e terá que pensar em provocações expressas em um sentido mais amplo. O corpo só não basta.

Uma velhice sem retoques se faz necessária desde já. Anitta deu um passo ao mostrar seu bumbum com a naturalidade. Inseriu a funkeira obesa e ressalta a diversidade com maestria. A minoria é então explorada pela artista, mas desde que seja jovem.

Mas e os velhos? Onde ficam os velhos neste mundo que continua cultuando a juventude como o maior tesouro humano? Sobre isso me sinto em condições de opinar, afinal tenho me debruçado sobre o tema e entendo a velhice como outra e nova fase da vida.

O ano novo se aproxima. Velhos e velhas estendo minhas mãos a vocês num convite à exposição das velhices sem retoques. Vai Malandra! Vai ser velha! Mostre ao mundo a sabedoria e segurança adquirida e revelada em rugas e pratas nos cabelos. Não tenham receio de mostrar seus corpos velhos, caso assim desejem. As mulheres do clipe de Anitta são donas de seus corpos, seus atos e suas juventudes passageiras, por sinal. Os desejos são nossos e nos movem! Vai malandra An an, tutudum, an an. Vai ser velha!

Que 2018 seja verdadeiro ao escancarar a naturalidade do envelhecer. Sem disfarces, sem retoques. Que em meio às rugas, dores, histórias e amores, cada velho possa construir os novos dias do ano novo a favor de velhices verdadeiras. E dignas! No mais, que 2017 chegue logo ao fim para podermos, enfim, ver nossas esperanças renovadas. Que a velhice possa ser a decorrência do encerramento de uma era que trará para o futuro, novas e, quiçá, melhores expectativas do real coroamento da vida.

Vai Malandra! Vá viver 2018! Boas festas! An an, tutudum, an an!

Fonte: www.portaldoenvelhecimento.com.br/

Vejamos agora o que nos ofereceu o Dr. Diego Bernardini: As pessoas mais velhas são cool.  Fonte: https://twitter.com/Diego__MD


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