Pular para o conteúdo principal

Há um ressurgimento da infecção pelo HIV

Médico infectologista Mauro Schechter participa do 50 Mais CBN

O médico infectologista Mauro Schechter, um dos principais pesquisadores brasileiros sobre HIV e Aids, alerta que há um aumento da infecção pelo HIV entre a população da terceira idade.  Para ouvir o Progrma clic no link     50+CBN

Comentário do Blog: No dia 1º de dezembro um artigo publicado pelo jornal El País deixou-me preocupada quando li na chamada o seguinte: "Por que a AIDS está aumentando entre a população mais velha?" para me salvar do espanto o programa 50+CBN entrevistou o médico infectologista Mauro Schechter que comentou sobre esse fato.  A sexualidade na terceira idade deve ser abertamente discutida e incentivada. Porém, é importante que, os idosos não se esqueçam que também estão suscetíveis às consequências da falta do uso de preservativos.  Para complementar, recebi do amigo Paulo Giacomini a seguinte informação: Não há um aumento significativo de casos de aids nesta faixa etária. Há uma estabilidade. O que precisa explicar é o seguinte: há um aumento da adesão (ao tratamento e aos serviços de saúde) das pessoas com hiv nesta faixa etária. Veja o que o Relatório de indicadores de tratamento que o Depto. de IST, Aids e Hepatites Virais lançou neste ano, à pag. 20: "Observa-se que as proporções relativas ao vínculo ao serviço crescem com o aumento da idade, sendo as maiores proporções encontradas entre os indivíduos com 50 anos e mais (Figura 5). Dentre estes, em 2015, 88% das PVHA vinculadas (182.007) estavam retidas, 72% estavam em TARV e 67% daquelas em TARV atingiram supressão viral" PVHA significa Pessoas Vivendo com HIV e AIDS.  Agardeço a Sílvia e ao Paulo pela contribuição.

Vejamos o  pronunciamento do Diretor Executivo da UNAIDS,

1º de dezembro de 2016 - Michel Sidibé, Diretor Executivo do UNAIDS, Secretário-Geral Adjunto das Nações Unidas

Hoje, ao comemorarmos o Dia Mundial contra a AIDS, expressamos nossa solidariedade aos 78 milhões de pessoas infectadas pelo HIV e nos lembramos dos 35 milhões que morreram de doenças relacionadas à AIDS desde que os primeiros casos de HIV foram relatados.

O mundo se comprometeu a acabar com a epidemia de AIDS até 2030 como parte dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Vemos que os países estão entrando para a Via Rápida (Fast-Track) de Aceleração da Resposta – mais de 18 milhões de pessoas estão agora em tratamento para o HIV capaz de salvar vidas e muitos países estão no caminho para praticamente eliminar a transmissão do HIV de mãe para filho.

Estamos ganhando nessa resposta à epidemia de AIDS, mas não estamos vendo progresso em todos os lugares. O número de novas infecções por HIV não está diminuindo entre os adultos, com mulheres jovens particularmente em risco de se infectar com HIV.

Sabemos que, para as meninas da África subsariana, a transição para a idade adulta é um período particularmente perigoso. As mulheres jovens enfrentam muitos desafios – em relação ao HIV, elas enfrentam uma tripla ameaça: um alto risco de infecção pelo vírus, baixas taxas de testagem e baixa aderência ao tratamento antirretroviral.

Coinfecções de pessoas vivendo com HIV, como tuberculose (TB), câncer cervical e hepatites B e C, ameaçam deixar o objetivo para 2020, de termos menos de 500.000 mortes relacionadas à AIDS, fora de nosso alcance. A tuberculose causou cerca de um terço das mortes relacionadas à AIDS em 2015, enquanto as mulheres que vivem com HIV têm um risco quatro a cinco vezes maior de desenvolver câncer cervical. Tirar a AIDS do isolamento continua a ser um imperativo para que o mundo alcance as metas traçadas para 2020.

Com o acesso ao tratamento, as pessoas soropositivas vivem mais tempo. O investimento no tratamento está dando resultado, mas as pessoas com mais de 50 anos que vivem com o HIV, incluindo as pessoas em tratamento, correm um maior risco de desenvolver doenças não transmissíveis associadas à idade, afetando a progressão do HIV.

Qualquer que seja a nossa situação individual, todos precisamos de acesso à informação e às ferramentas para nos proteger do HIV e para ter acesso aos medicamentos antirretrovirais em caso de necessidade. Uma abordagem do HIV  de acordo com o nosso ciclo de vida e capaz de encontrar soluções para todas as pessoas em cada estágio da vida pode lidar com as complexidades do HIV.

Riscos e desafios mudam à medida que as pessoas passam pela vida, destacando a necessidade de adaptar as estratégias de prevenção e tratamento do HIV desde o nascimento até a velhice.

O sucesso alcançado até agora nos dá esperança para o futuro, mas à medida que olhamos para frente, devemos nos lembrar de não sermos complacentes.

A epidemia de AIDS não acabou, mas poderá acabar. Restam-nos desafios fundamentais políticos, financeiros e de implementação, mas não podemos parar agora. Este é o momento de avançarmos juntos para garantir que todas as crianças comecem a viver livres do HIV, que os jovens e adultos cresçam e se mantenham livres do HIV e que o tratamento se torne mais acessível para que todos fiquem livres da AIDS.  Fontes: 50+CBN e UNAIDS


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Dente-de-Leão e o Viva a Velhice

  A belíssima lenda do  dente-de leão e seus significados Segundo uma lenda irlandesa, o dente-de-leão é a morada das fadas, uma vez que elas eram livres para se movimentarem nos prados. Quando a Terra era habitada por gnomos, elfos e fadas, essas criaturas viviam livremente na natureza. A chegada do homem os forçou a se refugiar na floresta. Mas   as fadas   tinham roupas muito chamativas para conseguirem se camuflar em seus arredores. Por esta razão, elas foram forçadas a se tornarem dentes-de-leão. Comentário do Blog: A beleza  do dente-de-leão está na sua simplicidade. No convívio perene com a natureza, no quase mistério sutil e mágico da sua multiplicação. Por isso e por muito mais  é que elegi o dente-de-leão  como símbolo ou marca do Viva a Velhice. Imagem  Ervanária Palmeira   O dente-de-leão é uma planta perene, típica dos climas temperados, que espontaneamente cresce praticamente em todo o lugar: na beira de estrada, à bei...

Saber ouvir 2 - Escutatória Rubem Alves

Sempre vejo anunciados cursos de oratória. Nunca vi anunciado curso de escutatória. Todo mundo quer aprender a falar... Ninguém quer aprender a ouvir. Pensei em oferecer um curso de escutatória, mas acho que ninguém vai se matricular. Escutar é complicado e sutil. Diz Alberto Caeiro que... Não é bastante não ser cego para ver as árvores e as flores. É preciso também não ter filosofia nenhuma. Filosofia é um monte de ideias, dentro da cabeça, sobre como são as coisas. Para se ver, é preciso que a cabeça esteja vazia. Parafraseio o Alberto Caeiro: Não é bastante ter ouvidos para ouvir o que é dito. É preciso também que haja silêncio dentro da alma. Daí a dificuldade: A gente não aguenta ouvir o que o outro diz sem logo dar um palpite melhor... Sem misturar o que ele diz com aquilo que a gente tem a dizer. Como se aquilo que ele diz não fosse digno de descansada consideração...   E precisasse ser complementado por aquilo que a gente tem a dizer, que é muito melhor....

Se puder envelheça

Os poetas tem o dom de saber colocar em palavras coisas que sentimos e não sabemos explicar, quando se trata de velhice as opiniões divergem muito, e como poeta, talvez Oswaldo Montenegro te convença a olhar para o envelhecimento com outro olhar, mais gentil com sua história, mais feliz com seu presente. Leia: “A pergunta é, que dia a gente fica velho? Não vem dizer que ‘aos poucos’, colega, faz 5 minutos que eu tinha 17 anos e fui-me embora de Brasília, pra mim meu primeiro show foi ontem, e hoje eu tô na fila preferencial pra embarcar no avião. Tem um garoto dentro de mim que não foi avisado de que o tempo passou e tá louco pra ter um filho, e eu já tenho netos. Aconteceu de repente, o personagem do Kafka acordou incerto, eu acordei idoso, e olha que eu ando, corro, subo escadas e sonho como antes. Então o quê que mudou? Minha saúde e minha energia são as mesmas, então o quê que mudou? Bom, a unica coisa que eu sei que mudou mesmo foi o tal do ego, a gente vai descobrindo que não...

‘Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras’ – Manoel de Barros

  Dirigido pelo cineasta vencedor do Oscar, Laurent Witz, ‘Cogs’ conta a história de um mundo construído em um sistema mecanizado que favorece apenas alguns. Segue dois personagens cujas vidas parecem predeterminadas por este sistema e as circunstâncias em que nasceram. O filme foi feito para o lançamento internacional da AIME, uma organização de caridade em missão para criar um mundo mais justo, criando igualdade no sistema educacional. O curta-animação ‘Cogs’ conta a história de dois meninos que se encontram, literalmente, em faixas separadas e pré-determinadas em suas vidas, e o drama depende do esforço para libertar-se dessas limitações impostas. “Andar sobre trilhos pode ser bom ou mau. Quando uma economia anda sobre trilhos parece que é bom. Quando os seres humanos andam sobre trilhos é mau sinal, é sinal de desumanização, de que a decisão transitou do homem para a engrenagem que construiu. Este cenário distópico assombra a literatura e o cinema ocidentais. Que fazer...

Os dentes e o contato social

Antônio Salazar Fonseca é membro da Sociedade Brasileira de Odontologia Estética Crédito: Juliana Causin/CBN. sábado, 19/09/2015, 09:30  'Ausência dos dentes leva à ruptura do contato social', afirma dentista. Antônio Salazar Fonseca explica que a prevenção é fundamental para manter a saúde da boca. Segundo ele, as próteses têm tempo de vida útil, portanto os usuários devem renová-las. http://cbn.globoradio.globo.com/programas/50-mais-cbn/2015/09/19/AUSENCIA-DOS-DENTES-LEVA-A-RUPTURA-DO-CONTATO-SOCIAL-AFIRMA-DENTISTA.htm "É importante que qualquer pessoa visite o dentista de seis em seis meses. Em caso de próteses, elas devem ser reavaliadas a cada dois anos, o que, geralmente, não acontece. Maioria da população não tem dentes naturais Com as próteses, o problema cresce ainda mais. A maioria das pessoas não tem o hábito de fazer a manutenção constante regularmente e, com o passar dos anos, elas vão ficando desadaptadas. "Muitos deixam até de usá-las e acabam ingerindo...