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A mídia e a disseminação dos estereótipos negativos

Contribuição da mídia na disseminação dos estereótipos negativos

Nos dias de hoje, os meios de comunicação estão presentes em tempo integral em nossas vidas, ditando regras, incitando reflexões e impondo estereótipos.

Freud (1996, p. 25) já dizia, em 1930, que “os tabus inventados pela sociedade criam restrições que influenciam os homens a agirem e pensarem de determinado modo”. Logo, o tabu do idoso chato tende a direcionar os olhares para tal característica, gerando uma comunidade castradora, repulsiva e repleta de fantasias.

Nos dias de hoje, os meios de comunicação estão presentes em tempo integral em nossas vidas, ditando regras, incitando reflexões e impondo estereótipos. Estes últimos permeiam fortemente nossas relações, influenciando, assim, o pensar da sociedade.

97,2% da população brasileira possuem televisão, e 50% acesso à internet (IBGE, 2013), logo, a mídia está presente na vida de quase toda a população brasileira, principalmente os canais de televisão aberta, contribuindo com a propagação da cultura dos estereótipos negativos - conceitos pré-formados que contribuem para criar fantasias e condicionar comportamentos de repúdio ao outro, uma forma de incluir o igual e excluir o diferente que está estigmatizado e depreciado pela sociedade (BACCEGA, 1998).

Ainda, pelos dados do IBGE (2016), a população idosa no Brasil corresponde a 8,17% e crescerá em 5,27% até 2030, totalizando 13,44% de 223 milhões de brasileiros. Essa projeção é baseada nos avanços tecnológicos que proporcionam qualidade de vida e, consequentemente, uma longevidade cada vez maior.

Diante destas questões, surge a necessidade da psicologia social se juntar à gerontologia, investigando as relações do velho na sociedade e a respectiva contribuição da mídia na criação dos estereótipos negativos relacionados aos idosos brasileiros.

Estigmas - A nossa vida pode ser vista como um universo de relações sociais em diferentes grupos sociais, ou seja, relações de parentesco, trabalho, amor, profissionais e outros.

Consequentemente, os meios de comunicação fazem o intermédio dessas constelações relacionais a partir de relatos implícitos ou explícitos em diversos tipos de linguagem (visual, auditiva ou oral), e esses relatos sempre estão carregados de valores e estereótipos culturais (BACCEGA, 1998).

“Algumas pesquisas apontaram mudanças no tratamento dado à velhice a partir dos anos 70, na qual eram feitas representações totalmente negativas e desrespeitosas” (DEBERT, 2003).

O problema desses estudos se dá nesta acelerada progressão que acontece principalmente na América do Norte e Inglaterra. Assim, é perceptível que ainda sejam vistas representações carregadas com tons depreciativos no Brasil, como é o exemplo da propaganda “República” de uma certa marca de chocolate que aqui receberá o nome fictício de “S”.

Nela, uma atriz famosa (representando a idosa em questão) aparece reclamando muito e, ao mesmo tempo, atormentando dois jovens ... mas, depois de comer um “S”, sente-se melhor e torna-se um jovem mais calmo.

Fica claro o sentido negativo que a propaganda proporciona para o público, reafirmando o estereótipo do velho “reclamão”, chato.

Freud (1996, p. 25) já dizia, em 1930, que “os tabus inventados pela sociedade criam restrições que influenciam os homens a agirem e pensarem de determinado modo”. Logo, o tabu do idoso chato tende a direcionar os olhares para tal característica, gerando uma comunidade castradora, repulsiva e repleta de fantasias.

Vemos que a sociedade tende a ignorar as características boas, prestando atenção somente naquelas que alimentam suas preconcepções.

Baccega (1998) enfatiza que as “‘pré-idéias’ podem ser quebradas e reorganizadas a fim de estabelecer relações positivas entre os indivíduos de um grupo.  A possibilidade de substituição se dá a partir da experienciação positiva, na qual o sujeito se relaciona de forma real com o outro, além de suas fantasias e pré-conceitos formados e, prestando atenção nos comportamentos opostos à suas fantasias”.

A experienciação positiva pode ser proposta de diversas formas, entre elas: o contato pessoal, a criação de estereótipos positivos e disseminados pelos meios de comunicação, histórias em livros, informações passadas hereditariamente e outras. Portanto, temos possibilidades representadas por diversos caminhos que podem, com certeza, contribuir para uma integração mais ampla da sociedade, proporcionando, dessa forma, relações sociais saudáveis e ricas.

Podemos concluir que é necessário quebrar os estigmas propagados pela mídia e disseminados pela sociedade, buscando um entendimento maior da velhice, suas representações e particularidades, sejam elas boas ou más.

Vejamos o comercial:

Referências
BACCEGA, M.A. O estereótipo e as diversidades. ISSN: 0104-6829
DEBERT,G.G. O velho na propaganda. Cadernos Pagu, v.21, p.133-155, 2003.
FREUD. S. O mal estar na civilização. Edição standard brasileira das obras psicológicas completas de Sigmund Freud, vol. 21. Rio de Janeiro: Imago, 1996.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE. (2013). Acesso à Internet  e à Televisão e Posse de Telefone Móvel Celular para Uso Pessoal. Disponível em:http://biblioteca.ibge.gov.br/visualizacao/livros/liv93373.pdf. Acesso em: 08 maio, 2016.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA, IBGE. (2016). Projeção da população do Brasil e das Unidades da Federação. Disponível em:  http://www.ibge.gov.br/apps/populacao/projecao/. Acesso em: 08 maio, 2016.

Autores:
(*)Rodrigo Saraiva de Souza - aluno do curso de graduação de psicologia, da pontifícia universidade católica – pucsp, 5º semestre e  Ruth Gelehrter da Costa Lopes - supervisora atendimento psicoterapêutico à terceira fase da vida. profa. dra. do programa de estudos pós graduados em gerontologia e do curso de psicologia, fachs. e-mail: ruthgclopes@pucsp.br

Fonte:http://www.portaldoenvelhecimento.com/            Imagem Por Ana Sílvia Varella Bagattini




Comentários

  1. Orestes Batista Minigildo Filho20 de dezembro de 2016 às 08:08

    Exelente artigo ,parabens aos autores ,sou colaborador e divulgador de atividades relacionadas a pessoa idosa e envelhecimento saudavel compartilhando com inumeros grupos e paginas no Face book e tambem em palestras a grupos de T I etc Aceito receber informações referentes aos temas abordados por esse site.Sou da cidade de Rio Claro SP onde em nossaUNESP é desnvolvido um exelente trabalho com vistas ao Ahlzeimer e Parkson.

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  2. Bom dia, Orestes.
    Agradecida e honrada com a tua visita.
    Usarei teu e-mail para uma conversa e informações.
    Volte sempre. Abraço.

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