Nem todo esquecimento é demência e nem toda demência é Alzheimer
Exercitar o cérebro, através de leitura, palavras cruzadas, aprender coisas novas, praticar exercícios físicos e adotar uma dieta equilibrada podem ajudar no alívio do estresse, da ansiedade, ajuda a melhorar os sintomas de depressão e, por sua vez, podem contribuir para melhorar a atenção e problemas de memória. Seja qual for a causa do esquecimento, essas medidas sempre ajudam!
“Estou preocupada porque ando muito esquecida ultimamente, será que estou com Alzheimer”? Esta tem sido uma questão muito frequente, principalmente entre pessoas com mais de 60 anos de idade, criando uma ansiedade e preocupação exagerada quanto ao processo do envelhecimento.
Para começar, envelhecer não é sinônimo de adoecer. Envelhecer é um processo fisiológico e inexorável.
Comentário do Blog: Em espanhol encontramos estas excelentes publicações Vive el Envejecimiento Activo: Memoria y otros Retos cotidianos, del Programa de Personas Mayores de la Obra Social ”la Caixa”. Um Manual e um Caderno de exercícios; Em PDF estão Aqui
O processo fisiológico do envelhecimento, ou seja, o processo natural, não influenciado por doenças, é sim caracterizado por modificações nos órgãos e sistemas, representadas em alguns deles por diminuição de suas funções, mas mantendo-se suficientes para garantir a homeostasia, ou seja, o equilíbrio do organismo.
E não seria diferente com o cérebro, que sofre perda de neurônios e neurotransmissores, que são substâncias responsáveis pelas transmissões das informações cerebrais. Por isso, as pessoas podem apresentar diminuição de reflexos e alterações cognitivas com o avançar da idade, como uma maior dificuldade de memorizar e aprender coisas novas, sem que isso comprometa sua funcionalidade.
Vale ressaltar que esquecimentos e falta de atenção também podem aparecer quando as pessoas estão muito estressadas, ansiosas ou com depressão, não significando demência. Daí a importância de se detectar esses dirtúrbios e tratá-los adequadamente. Aliás, depressão é hoje em dia uma importante causa de falta de atenção e esquecimentos, devendo ser tratada o mais precocemente possível.
Já as demências não são fisiológicas e sim patológicas. Portanto, não existe demência normal da idade.As demências se caracterizam por alterações cognitivas, como a memória, linguagem, orientação e funções executivas, suficientes para acarretar impacto sócio-ocupacional e perda de funcionalidade, ou seja, elas causam impacto nas atividades diárias de vida da pessoa, tornando-a cada vez mais dependente de outro indivíduo para executar suas atividades, como pagar as contas, fazer os trabalhos domésticos, sair de casa e, no decorrer do processo, dificuldade em se vestir, tomar banho e até mesmo se alimentar sozinha.
A doença de Alzheimer é a principal causa ou tipo de demência e sua incidência aumenta nitidamente com a idade. Se caracteriza por afetar inicialmente a memória, gerando dificuldade do auto-cuidado.
Vale ressaltar que há outros tipos de demências, que podem afetar outras áreas da cognição antes mesmo de afetar a memória, e podem se caracterizar por dificuldades em executar tarefas, alterações comportamentais, alucinações, tremores e outros sintomas, como por exemplo as demências vasculares, demência fronto-temporal e demência por corpos de Lewy.
Enfim, diante de problemas de memória, não se desespere, pois há diversas causas para os esquecimentos. Procure um profissional habilitado que possa ajudar a diferenciar as causas e tratá-las da maneira mais adequada.
Exercitar o cérebro, através de leitura, palavras cruzadas, aprender coisas novas, praticar exercícios físicos e adotar uma dieta equilibrada podem ajudar no alívio do estresse, da ansiedade, ajuda a melhorar os sintomas de depressão e, por sua vez, podem contribuir para melhorar a atenção e problemas de memória. Seja qual for a causa do esquecimento, essas medidas sempre ajudam!
Fonte: http://www.portaldoenvelhecimento.com/Por Elaine Cristina Biffi Alonso Vera é médica geriatra e mestranda pelo Programa de Estudos Pós-Graduados em Gerontologia da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. Colaboradora do Portal do Envelhecimento. Imagem: biblio.unlp.edu.ar
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