Toda vez que abordamos os benefícios de uma prática religiosa ou espiritual sobre a promoção de saúde, tanto na prevenção ou no tratamento de moléstias físicas ou de fundo emocional, encontramos respostas e resultados mais robustos e consistentes quando nos referimos à Religiosidade Intrínseca.
O envolvimento religioso ou espiritual, independentemente do credo, seja ele evangélico, católico, budista, espírita, ou qualquer outro, desde que não gere conflitos éticos e morais a quem o professe, é capaz de promover saúde tanto física, quanto mental. Inúmeros estudos científicos têm revelado que as pessoas em geral, e os idosos em especial, mais espiritualizados ou com um envolvimento religioso mais intenso, têm mais saúde global e uma qualidade de vida mais satisfatória. Baseado nisso é que costumamos afirmar que a “Fé faz bem à saúde”.
Na medida que o idoso se conscientiza que sua fé é uma das fontes de grande motivação em sua vida e passa a viver em harmonia com as orientações e aconselhamentos da sua crença e com isso realiza esforços individuais para internalizar profundamente essa sua fé, adquirindo posturas e atitudes saudáveis de vida, sem sombra de dúvidas que poderá adoecer menos e se recuperar mais rapidamente das enfermidades que o atingirem.
Toda vez que abordamos os benefícios de uma prática religiosa ou espiritual sobre a promoção de saúde, tanto a nível de prevenção ou tratamento de moléstias físicas ou de fundo emocional, encontramos respostas e resultados mais robustos e consistentes quando nos referimos à Religiosidade Intrínseca.
Essa se dá exatamente como afirmado anteriormente, ou seja, com as pessoas que encontram sua motivação na crença que professam. Vivem em harmonia com as orientações e aconselhamentos dessa crença e procuram realizar esforços pessoais para se melhorarem como seres humanos, tendo como modelo os ensinamentos morais pregados pelo Mestre Jesus, ou Maomé, ou Buda.
Não basta apenas um envolvimento ou uma “Fé” superficial, condicionada às práticas ritualísticas de determinados credos, ou a ganhos secundários que poderão advir da manifestação de uma postura meramente social no que tange à religião praticada. Se essas últimas situações não vierem acompanhadas dessas transformações morais, da transmutação de sentimentos e emoções negativas em virtudes cristãs, observadas no dia-a-dia de suas vidas, pouco ou nenhum benefício sobre a saúde global se obterá.
Alguns estudos têm evidenciado que a conexão com emoções positivas pode ter importância especial para pacientes atendidos em contextos médicos, no qual o envolvimento religioso pode influenciar o bem-estar, a satisfação com a vida e a satisfação com o atendimento médico, pela melhora da capacidade de enfrentamento da doença física.
Muitos outros estudos solidificaram o entendimento de que pessoas religiosas tinham maior bem-estar em relação as suas vidas que aquelas menos religiosas e os idosos que conseguiam obter significado para a vida a partir de suas crenças e práticas religiosas tinham níveis significativamente maiores de satisfação com a vida, uma maior autoestima e se consideravam pessoas mais otimistas.
Acredita-se que isso se deva em parte ao fato de que os ensinamentos religiosos ou espirituais, com frequência, promovem uma visão positiva do mundo que engloba esta vida e a vida após a morte. As escrituras religiosas oferecem a esperança de que coisas boas possam surgir a partir de quaisquer situações difíceis ou adversidades que se passe na vida e que para Deus (ou qualquer outra força superior, como assim se fizer entender) nada é impossível e que pode haver uma solução para tudo.
Que não esqueçamos também que a religião é um sentimento inato da existência de Deus. É uma força e uma crença que move a coletividade, fundamentada na Fé em algo não visível, que busca esclarecer as respostas para as questões existenciais da vida, da morte e da evolução.
Por fim, acredito que o estímulo ou o incentivo ao envolvimento religioso ou espiritual durante o processo de viver envelhecendo pode trazer benefícios gerais e específicos na promoção de uma saúde mais integral, especialmente no fortalecimento do suporte social e assim possibilitar uma vivência digna e generosa dessa etapa tão necessária ao aprendizado humano que é a velhice.
Para saber maisKoening HG. Espiritualidade no cuidado com o paciente: por quê, como, quando e o quê. São Paulo: Fé, 2005.
Moreira Almeida AL, Lotufo Neto F, Koening HG. Religiousness and mental health: a review. R.Psiquiatr. 2006; 28(3):242-50.
Koenig H. Medicina, Religião e Saúde. Porto Alegre: LPM, 2012.
Jeff L. Deus, Fé e Saúde. São Paulo: Cultrix, 2001. Durgante, CEA. Fé na Ciência. Porto Alegre: Mira, 2013.
Fonte: http://www.portaldoenvelhecimento.com Por Carlos Eduardo Accioly Durgante - médico geriatra, professor de pós-graduação do Curso de Saúde e Espiritualidade das Faculdades Monteiro Lobato de Porto Alegre, escritor, conferencista e membro da Associação Médico-Espírita do Rio Grande do Sul e da AME-Brasil. Membro colaborador do Portal do Envelhecimento. Email:durgantecarlos@gmail.com. Site:www.clinicavittale.com.br/home/
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