Paulo Leminski perguntou em um de seus poemas: ‘Que podia um velho fazer nos idos de 1916 a não ser pegar pneumonia, deixar todos os bens para seus filhos, e virar fotografia?’. Li isso, pensei, pensei, e um turbilhão de pensamentos veio à minha cabeça. Quanta mudança, em pouco menos de 90 anos!!!
No Brasil, no século passado, os tais ‘velhos’ eram bem mais moços e a expectativa de vida beirava os 34/35 anos. E hoje?????? Em 2007, a expectativa de vida já havia saltado para 72 anos, em 2010 para 75 anos. É, as coisas mudaram….. A Medicina evoluiu, o foco para alimentação se tornou mais presente, os valores sociais são mais ‘discutidos’, os comportamentos mudaram. Em vez do sexagenário aposentado, há um velho novo nas ruas.
Quem será ele?
Um individuo ativo, um ser humano experiente, sábio, um trabalhador produtivo , um bom conselheiro. Mas só isso? Não. São pessoas bem resolvidas, repletas de novos ideais, autônomas e independentes , que constroem novos vínculos sociais, afetivos e sexuais, cuidam de si próprias, enfrentam novos desafios, se preocupam com a família, mas também com sua saúde, seu trabalho (produtividade), seu lazer, sua qualidade de vida. Deixaram de ser ‘os chinelos velhos deixados nos cantos da casa’.
O Brasil está preparado para essa mudança?
Há politicas publicas que respeitem e favoreçam esse ‘novo idoso’ que perambula pelas ruas? E nós, estamos preparados para ouvir de nossos pais ou avós, que não podem cuidar de nosso filho hoje porque têm um baile, ou um campeonato de dominó, ou um jogo de vôlei adaptado contra o clube ‘X’? E quando nos trouxerem seus novos parceiros? E quando passarem a se vestir como nós? E quando forem campeões de corrida em sua faixa etária e nós não? E nossas mães (antes senhoras recatadíssimas e obedientes aos desejos do ‘mundo’), e hoje belas senhoras, tão jovens quanto seus filhos e até netos. Alegres, atraentes, dançarinas, voluntárias de importância para muitos necessitados. É, o tema é amplo e riquíssimo.
Vamos refletir, falar sobre isso, para podermos ir internalizando essas mudanças para que possamos entender melhor esse ‘novo velho’ ou ‘velho novo’. Isso é necessário para que possamos respeitar nossos idosos em sua nova característica, ou até incentivar os nossos idosos que persistem no modelo antigo a aderir.
Vamos trabalhar dentro de nós, de nossos filhos, pais, avós, amigos e sociedade um conceito de ‘Envelhecimento Ativo’, onde há um processo de otimização das oportunidades de saúde física, mental, psicológica, social e cultural a medida que se envelhece. Um processo que permita às pessoas desenvolverem o seu potencial de bem estar físico, fisiológico, psicológico, mental e social, ao longo de toda sua vida, participando conforme suas necessidades, desejos e capacidades.
Já podemos então nos preparar para o envelhecimento, desde que nascemos? SIM.
Parafraseando Leminski: “O que fazem os velhos de hoje, e o que farão os de 2020, 2025 ou 2030? Nós poderemos ser um deles...” Vamos pensar nisso!”
De: ‘Psicologia e Comportamento’. Fonte para o Blog: http://www.terceiraidadeconectada.com/
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