Hábito conhecido desde 1937 ainda é seguido por poucas pessoas
Em 1937, o médico argentino Pedro Escudeiro elaborou quatro leis da alimentação saudável que até hoje são a base fundamental do tema e seguidas pelos maiores especialistas do mundo. No entanto, grande parte da população ignora essas orientações.
A nutricionista Katya Bastos Sasaki atua na rede pública e aplica esses mesmo conceitos. “A primeira norma é da quantidade: não é possível ter uma boa saúde sem ingerir a quantidade ideal de alimentos, que não pode ser muito, nem pouco”, explica.
A segunda lei da alimentação saudável diz respeito à qualidade do alimento. “Que é não estar estragado, não estar cru ou verde, de acordo com normas de higiene e limpeza”, afirma Katya. E isso nos leva até a terceira lei: a harmonia no prato. “É importante os nutrientes estarem balanceados na proporção correta que o corpo necessita”, ressalta a nutricionista.“Por fim, temos a última lei que é a adequação, isso significa que todas as outras normas precisam estar adequadas à idade e ao estado físico da pessoa, pois o que é ideal para uma criança não é o mesmo para um idoso ou uma gestante”, conclui.
Se essas premissas fossem levadas em conta nos hábitos alimentares, a realidade da população brasileira poderia ser diferente. Atualmente, mais da metade dos adultos brasileiros está acima do peso, o número fica em torno de 53%, segundo dados do Ministério da Saúde. Isso significa que grande parte da população também sofre de doenças crônicas pelo consumo excessivo de sal, açúcar e sódio, reflexo da má alimentação no dia-a-dia.
Esse é o caso de Ricardo Barbosa Roriz, servidor público, que tem a vida agitada. Ele tem compromissos da hora que acorda até tarde da noite. Quando chegou aos 30 anos, Ricardo descobriu que estava com esteatose hepática. A doença é o acúmulo de gordura no fígado, causada pelos excessos da má alimentação. Se não for cuidada, pode gerar uma infecção mais severa ou evoluir para cirrose e até mesmo levar à morte.
A partir daí, Ricardo decidiu que precisava mudar. “Principalmente, os hábitos alimentares e voltar a fazer atividade física”, explica. Por orientação de profissionais de saúde, ele entendeu a importância da rotina. “Ouvi de especialistas que os próprios hábitos do dia-a-dia influenciam na qualidade da alimentação, como a hora de comer, o local onde fazer as refeições, o que escolho para comer”, conta.
Com a lição aprendida, Ricardo Barbosa agora tem uma rotina diferente. “Eu paro, por pelo menos uma hora no fim de semana, para planejar tudo que vou comer de segunda a domingo, pois como a vida é corrida e não dá tempo de fazer tudo em cima da hora” disse. De acordo com o servidor público, agora até as compra da casa são feitas de outra forma: “Passei a frequentar mais feiras e comprar alimentos naturais e preparar minha própria comida”, diz.
O caso do Ricardo mostra que boas práticas durante a alimentação são mais importantes para a saúde física do que muitas pessoas acreditam. A nutricionista responsável pelo restaurante e a creche do Ministério da Saúde, Carminha Aparecida Silva, destaca que a saúde alimentar começa mesmo antes de se servir. “Começa na escolha de um ambiente tranquilo para relaxar e comer, pois a digestão começa pela boca. A correta mastigação também é importante para ajudar o estômago a processar bem o alimento”, explica.
Outra dica que pode servir como base na hora de comer é preparar um prato colorido. “Com variedade de legumes, verduras, proteínas e carboidratos. Isso quer dizer que uma combinação fácil para todos os brasileiros é um prato com salada, arroz, feijão e carne” sugere a nutricionista.
“A boa prática alimentar é um fator de promoção e proteção da saúde e pode prevenir contra doenças. Uma alimentação inadequada pode elevar o risco de uma pessoa adquirir algumas doenças como, por exemplo, as doenças crônicas”, afirma o coordenador substituto de Alimentação e Nutrição do Ministério da Saúde, Eduardo Nilson.
Atualmente, as principais ações do Ministério da Saúde em relação à alimentação saudável são baseadas no Guia da Alimentação para a População Brasileira*. “São orientações para todos os grupos de pessoas, levadas até à população, tanto nas ações gerais de comunicação à população, quanto através dos agentes comunitários, médicos e enfermeiros, que são os profissionais de saúde que fazem o primeiro contato com as pessoas. Sua regra de ouro é fazer dos alimentos in natura e minimamente processados a base da alimentação e evitar o consumo de alimentos ultraprocessados”, afirma.
Além disso, este ano o Ministério da Saúde e o Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome lançaram o Guia de Elaboração de Refeições Saudáveis em Eventos, com orientações para contribuir com a melhoria da qualidade dos alimentos fornecidos em eventos realizados pelos órgãos públicos. A publicação apresenta recomendações sobre composição de cardápio e organização de serviços.
ATIVIDADES FÍSICAS - Uma rotina de exercícios regulares, também ajuda a manter o corpo saudável. Os benefícios físicos para a saúde vão além da diminuição do percentual de gordura, o aumento da massa magra e da resistência muscular. A prática constante de atividade física também pode ajudar a combater diversos tipos de doenças.
HIGIENE - Desde pequenos aprendemos esse conjuntinho de regras básicas referentes à preservação da saúde e prevenção de doenças através da limpeza do próprio corpo: a chamada higiene pessoal. Para ter uma ideia, a higiene é obrigatória em todas as especialidades da medicina ou de qualquer outra atividade que trabalhe com o contato direto com pessoas. Hábitos simples, que ajudam a manter a saúde em dia.
* aqui no Blog, no artigo postado no dia 28/01/2016 sob o título "Alimentação baseada no Guia Alimentar" você encontra mais informações obre o Guia da Alimentação para a População Brasileira.
Fonte: www.blog.saude.gov.br/
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