Café Filosófico com Guita Grin Debert (versão tv cultura)
Novos estilos de vida prometem aos idosos a possibilidade de envelhecer com mais saúde e qualidade de vida. como se deu a invenção da terceira idade? segundo a antropóloga Guita Grin Debert, livres das obrigações do trabalho, livres das obrigações do cuidado dos filhos, as pessoas estão abertas para novas experiências, para repensar suas vidas, para experimentar novas identidades. Debert apresenta um panorama das principais questões relacionadas ao envelhecimento nos dias de hoje: as representações sociais da velhice, a reinvenção das diferentes fases da vida adulta, diversidade cultural, políticas públicas, saúde e vida sexual na terceira idade.
Em momentos anteriores a antropóloga elenca nove tópicos para se pensar as pesquisa e as principais dificuldades que ela apresenta podem ser resumidos em algumas afirmações que indicam, primeiro, que a velhice não é uma categoria natural. Vejamos: [...] as representações sobre a velhice, a idade a partir da qual os indivíduos são considerados velhos, a posição social dos velhos e o tratamento que lhes é dado pelos mais jovens ganham significados particulares em contextos históricos, sociais e culturais distintos. A mesma perspectiva orienta a análise das outras etapas da vida, como a infância, a adolescência e a juventude. [...] A pesquisa antropológica demonstra, assim, que a idade não é um dado da natureza, não é um princípio naturalmente constitutivo de grupos sociais, nem um fator explicativo dos comportamentos humanos. (DEBERT, 1998, p. 8-9. Grifos meus) Como se percebe, não é possível partir dos estudos voltados às Ciências Médicas, por exemplo, para delinear o que se chama velhice. Para Debert, há outros fatores que contribuem para algum sucesso nos resultados das pesquisas etnográficas e que estão longe de se vincular a aspectos meramente biológicos para se lançar a uma busca muito mais profunda por respostas nos meandros da sociologia. Mais adiante, ela demonstra que “[...] um processo biológico é elaborado simbolicamente com rituais que definem fronteiras entre idades pelas quais os indivíduos passam e que não são necessariamente as mesmas em todas as sociedades”. (DEBERT, 1998, p. 9).
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