Uma
palavra para resumir o filme: humanidade.
Marion (vivida por
Vanessa Redgrave), uma senhora aposentada e com um câncer terminal, faz parte
de um coral de idosos que encontra na música um novo sentido para a vida, um
alento, um respiro agradável e divertido, especialmente em uma fase onde as
lembranças são mais importantes que os sonhos.
O que vale
para eles e, especialmente, para Marion, é viver o dia de hoje da melhor
maneira possível, aquilo que poderíamos chamar, no bom francês de crème
de la crème do inevitável. Se os próximos dias serão amargos ou
difíceis, bolas para eles. E assim, a música acaba se tornando o melhor remédio
para o constrangedor anúncio de “fim de linha”.
Se Marion já
nos encanta com sua sensibilidade, tolerância e “prazer desenfreado” pela vida,
seu marido Arthur é, inicialmente, o rabugento, o irritante, aquele que estraga
qualquer momento de alegria. Um homem que luta com seu gênio difícil, com seu
pensamento rígido e suas convicções amargas quando o que está em jogo é o
simples desfrutar das coisas.
Esse homem,
que só é capaz de um gesto de carinho com sua Marion, se vê subitamente
sozinho, sem perspectivas e mais amargo do que nunca diante da perda de sua
companheira. Através desse personagem, poderíamos nos perguntar qual a razão de
certas pessoas se deixarem capturar pela tal “Morte” em vida? E como lidar com
o apego quando a razão de nossa existência já não está mais lá? Como
dormir numa cama que foi, durantes tantos anos, partilhada com o ser amado/a?
“Canção para
Marion” vale pela delicada história, pela dupla de protagonistas Vanessa
Redgrave e Terence Stamp e, claro, não poderia deixar de mencionar a professora
de música, Elisabeth, interpretada por Gemma Arterton, a jovem que leva arte à
vida dessas pessoas que buscam uma boa razão para suas existências.
Elisabeth
proporciona a entrada do “novo”, o inimaginável: a música com todas as suas
sensações. A troca de emoções e aprendizados na relação entre aquele que já
viveu muito (Arthur) e a jovem professora é preciosa não só para ele, ressalto,
mas para os dois. Em momentos de grande aflição, Arthur se transforma no ombro
amigo, “naquele em que se pode contar” e que, mesmo com sua tristeza,
engrandece o conjunto.
Uma história
inicialmente triste se transforma num mar de possibilidades, transformações
possíveis, perspectivas e sonhos em curso, até para o sofrido Arthur. Dessa
enxurrada de emoções, nasce a canção título do filme.
Temas para
discussão em grupo
- Pensamento rígido
que aprisiona e que leva a uma “morte” em vida
- Apego: como
identificá-lo? Como “distribuir” nossas energias?
- Morte, Perda,
Fim, depois de anos juntos. Será castigo? (Ex: Como dormir numa cama que foi,
durante tantos anos, partilhada com o ser amado/a?)
- Os entraves do
luto que paralisam
- A fase de
elaborar a perda vivida, abrir os olhos, encontrar “novos prazeres” (que podem
ser muitos e diversos). Mesmo um pequeno prazer já é “prazer”.
- Deixar entrar o
“novo”, o inimaginável. No caso do filme, foi a entrada da música, a troca de
emoções e aprendizados na relação entre aquele que já viveu muito (Arthur) e a
jovem professora.
- Finalizar abrindo
o “leque” de possibilidades com a ideia: “Qualquer forma de arte/de amor vale a
pena”.
Filme: http://ilovefilmesonline.com/2013/12/cancao-para-marion-filme-online.html
Música
título do filme: http://www.youtube.com/watch?v=mDO6XXqs-ck
Fonte: http://www.portaldoenvelhecimento.com/filmografia/item/2197-can%E7%E3o-para-marion
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