Pular para o conteúdo principal

Arquitetura inclusiva: Casa para o idoso.


"Devemos aprender durante toda a vida, sem imaginar que a sabedoria vem com a velhice". Esta frase, de autoria do conhecido filósofo grego Platão, nos leva a refletir sobre o descaso dado pela sociedade ocidental, de forma geral, às pessoas de terceira idade.
Embora este seja um assunto que pareça não ter fim, portanto, será tratado em um contexto mais restrito, porém conhecido de muitos. 
Uma situação bastante comum é quando um pai, tio, ou avô, já de certa idade e sem condições de residir, ou continuar residindo, sozinho, muda-se para a casa de seus familiares, não obstante existirem asilos e casas de repouso de excelentes condições, mas o carinho e a simples convivência no âmbito familiar são ótimos remédios, e algumas medidas podem ser mostras não só de carinho, mas também de atenção e preocupação com o bem-estar do idoso. 
Não é segredo para ninguém que, ano após ano, nossa mobilidade, agilidade, força óssea e reflexos já não são mais os mesmos e, para os que pensam que não há muito o que se possa fazer sobre isso, procuramos apresentar algumas sugestões práticas para atenar a questão. 
Um momento que costuma trazer apreensão aos demais moradores da casa é quando o
idoso vai ao banheiro, trazendo o medo de um desmaio, escorregão ou algum outro problema, portanto, em primeiro lugar, se você estiver em busca de uma casa nova, dê preferência àquelas que possuam várias opções de banheiro, e se a residência tiver mais de um andar, cheque se todos os andares tem banheiros. Banheiros são perigosos pela possibilidade de escorregões. 
Algumas medidas minimizam tal quadro, como a preferência aos adesivos antiderrapantes, ao lado do vaso sanitário, colocação de barras para apoio, a pia deve ser resistente e firme, já que ela também é comumente utilizada como apoio, dentro do boxe, se necessário, instale um assento, desde que ele seja fixo. Deve-se, ainda, estar sempre atento ao escoamento no ralo, já que o acúmulo de água pode gerar deslizamentos, e porta do boxe deve ser de correr, enquanto a do cômodo deve ter sempre uma cópia da chave ao alcance de todos. 
No deslocamento pela casa, outras medidas que parecem simples podem se mostrar essenciais, evitando tapetes em corredores, o mesmo valendo para esculturas, vasos e mesas de canto. Não deixe as portas e paredes com a mesma cor, para serem melhores visualizadas e, nas maçanetas, as melhores no manuseio são as de alavanca, pois as redondas são mais duras que o desejável. Recomenda-se, ainda, que o chão seja de uma mesma cor, mas não se esqueça que muitos pisos são escorregadios, devendo ser dada atenção à altura onde objetos são guardados, que não podem estar muito altos, nem muito baixos. 
Caso a casa ou prédio conte com uma área externa, o ideal é um local onde se possa caminhar e, se houver grama, ela não deve ser separada por muretinhas, uma vez que esses locais são um diferencial extremamente atrativo, já que, em certos casos, as saídas nas ruas tornam-se muito raras. 
Esta lista de pequenos conselhos é uma forma de tentar, paralelamente, cuidar ainda mais do bem-estar dos idosos e dar maior tranquilidade aos familiares e amigos, procurando sempre tornar o mais importante para todos ser ainda o mais simples.
Fonte: http://www.forumdaconstrucao.com.br/conteudo.php?a=32&Cod=436

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Dente-de-Leão e o Viva a Velhice

  A belíssima lenda do  dente-de leão e seus significados Segundo uma lenda irlandesa, o dente-de-leão é a morada das fadas, uma vez que elas eram livres para se movimentarem nos prados. Quando a Terra era habitada por gnomos, elfos e fadas, essas criaturas viviam livremente na natureza. A chegada do homem os forçou a se refugiar na floresta. Mas   as fadas   tinham roupas muito chamativas para conseguirem se camuflar em seus arredores. Por esta razão, elas foram forçadas a se tornarem dentes-de-leão. Comentário do Blog: A beleza  do dente-de-leão está na sua simplicidade. No convívio perene com a natureza, no quase mistério sutil e mágico da sua multiplicação. Por isso e por muito mais  é que elegi o dente-de-leão  como símbolo ou marca do Viva a Velhice. Imagem  Ervanária Palmeira   O dente-de-leão é uma planta perene, típica dos climas temperados, que espontaneamente cresce praticamente em todo o lugar: na beira de estrada, à beira de campos de cultivo, prados, planícies, colinas e

‘Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras’ – Manoel de Barros

  Dirigido pelo cineasta vencedor do Oscar, Laurent Witz, ‘Cogs’ conta a história de um mundo construído em um sistema mecanizado que favorece apenas alguns. Segue dois personagens cujas vidas parecem predeterminadas por este sistema e as circunstâncias em que nasceram. O filme foi feito para o lançamento internacional da AIME, uma organização de caridade em missão para criar um mundo mais justo, criando igualdade no sistema educacional. O curta-animação ‘Cogs’ conta a história de dois meninos que se encontram, literalmente, em faixas separadas e pré-determinadas em suas vidas, e o drama depende do esforço para libertar-se dessas limitações impostas. “Andar sobre trilhos pode ser bom ou mau. Quando uma economia anda sobre trilhos parece que é bom. Quando os seres humanos andam sobre trilhos é mau sinal, é sinal de desumanização, de que a decisão transitou do homem para a engrenagem que construiu. Este cenário distópico assombra a literatura e o cinema ocidentais. Que fazer?  A resp

Poesia

De Mario Quintana.... mulheres. Aos 3 anos: Ela olha pra si mesma e vê uma rainha. Aos 8 anos: Ela olha para si e vê Cinderela.   Aos 15 anos: Ela olha e vê uma freira horrorosa.   Aos 20 anos: Ela olha e se vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, muito liso, muito encaracolado, decide sair mas, vai sofrendo.   Aos 30 anos: Ela olha pra si mesma e vê muito gorda, muito magra, muito alta, muitobaixa, muito liso muito encaracolado, mas decide que agora não tem tempo pra consertar então vai sair assim mesmo.   Aos 40 anos: Ela se olha e se vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, muito liso, muito encaracolado, mas diz: pelo menos eu sou uma boa pessoa e sai mesmo assim.   Aos 50 anos: Ela olha pra si mesma e se vê como é. Sai e vai pra onde ela bem entender.   Aos 60 anos: Ela se olha e lembra de todas as pessoas que não podem mais se olhar no espelho. Sai de casa e conquista o mundo.   Aos 70 anos: Ela olha para si e vê sabedoria, ri

Não se lamente por envelhecer

  Não se lamente por envelhecer: é um privilégio negado a muitos Por  Revista Pazes  - janeiro 11, 2016 Envelhecer  é um privilégio, uma arte, um presente. Somar cabelos brancos, arrancar folhas no calendário e fazer aniversário deveria ser sempre um motivo de alegria. De alegria pela vida e pelo o que estar aqui representa. Todas as nossas mudanças físicas são reflexo da vida, algo do que nos podemos sentir muito orgulhosos. Temos que agradecer pela oportunidade de fazer aniversário, pois graças a ele, cada dia podemos compartilhar momentos com aquelas pessoas que mais gostamos, podemos desfrutar dos prazeres da vida, desenhar sorrisos e construir com nossa presença um mundo melhor… As rugas nos fazem lembrar onde estiveram os sorrisos As rugas são um sincero e bonito reflexo da idade, contada com os sorrisos dos nossos rostos. Mas quando começam a aparecer, nos fazem perceber quão efêmera e fugaz é a vida. Como consequência, frequentemente isso nos faz sentir desajustados e incômodos

A velhice em poesia

Duas formas de ver a velhice. Você está convidado a "poetizar" por aqui . Sobre o tema que lhe agradar. Construiremos a várias mãos "o domingo com poesia". A Velhice Pede Desculpas - Cecília Meireles, in Poemas 1958   Tão velho estou como árvore no inverno, vulcão sufocado, pássaro sonolento. Tão velho estou, de pálpebras baixas, acostumado apenas ao som das músicas, à forma das letras. Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenético dos provisórios dias do mundo: Mas há um sol eterno, eterno e brando e uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir. Desculpai-me esta face, que se fez resignada: já não é a minha, mas a do tempo, com seus muitos episódios. Desculpai-me não ser bem eu: mas um fantasma de tudo. Recebereis em mim muitos mil anos, é certo, com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras. Desculpai-me viver ainda: que os destroços, mesmo os da maior glória, são na verdade só destroços, destroços. A velhice   - Olavo Bilac Olha estas velhas árvores, ma