“Violinos Não Envelhecem” Uma Sensível Crônica de Rubem Alves Eu a escrevi faz muito tempo, uma estória de amor. Quem a leu, eu sei, não se esqueceu. Por razão do dito pela Adélia: ” o que a memória ama fica eterno”. História de amor não inventada, acontecida, tão comovente quanto Romeu e Julieta, Abelardo e Heloísa. O que fiz foi só registrar o acontecido. Preciso contá-la de novo, para benefício daqueles que não a leram pela primeira vez, e a fim de acrescentar um final novo, inesperado, acontecido depois. A testemunha que me relatou o sucedido…, atrasou-se para um compromisso em minha casa, chegou três horas depois, explicando que havia ido ao velório de um tio de 81 anos de idade que morrera de amor. Parece que seu velho corpo não suportara a intensidade da felicidade tardia, e os seus músculos não deram conta do jovem que, repentinamente, deles se apossara. O amor surgira no tempo em que ele é mais puro: a adolescência. Mas naquele tempo havia uma outra AIDS, chamada tuberculose,