2015 - 90 anos do meu tio e padrinho Orady |
Viver bem na velhice é uma dádiva
para as pessoas que souberam guardar o que de melhor a vida lhes ofereceu e a
desprezar a carga negativa. Beth Proenca Bonilha*
Quando eu era
criança lembro-me de pensar o quão distante estava a época de ser adulta. O
tempo parecia estagnado, as coisas aconteciam em câmera lenta, aniversário
levava uma eternidade para chegar, durante as férias de verão os dias eram
longos nos dando tempo para fazer tanta coisa. E quando a noite chegava, ainda
tínhamos muito tempo para conversar, ouvir histórias, ler e brincar mais um
pouquinho.
Quando falávamos no
ano 2000, a imaginação ia longe. Imaginávamos os carros voando, robôs andando
entre os humanos, alimentos que saíam prontos de máquinas, e outras ideias
futuristas. Mas, uma coisa que me lembro de fazer com frequência eram as contas
de quantos anos eu teria em determinado ano. Concluí que no ano 2000 eu teria
34 anos, e então pensei que seria praticamente uma idosa.
Mas de repente, não
sei em que momento exato, as coisas começaram a andar com uma rapidez
impressionante. Meus pais já não eram mais tão poderosos e indestrutíveis,
pessoas amadas já tinham deixado nossa convivência.
Tive uma amiga
muito querida, vivemos muitas aventuras na infância e juventude. Porém, certo
dia meu telefone tocou e alguém me deu a notícia de que ela havia falecido.
Tínhamos só 24 anos. Passei muito tempo pensando em quão jovem ela se foi,
quanta vida ainda tinha pela frente. Ter vinte anos já não era um passo para a
velhice.
E finalmente o ano
2000 chegou, e como já havia calculado meus 34 anos de idade também. Mas que
estranho, não me sentia uma idosa. Ainda tinha muita energia e vontade de
viver.
E aquela teoria de
criança, de que aos 30 anos seria uma idosa foi por terra. E os 40 anos de
idade chegaram, e ainda não me sentia uma idosa, talvez um pouco limitada e com
desejos e ideais diferentes de quando tinha 34, mas não uma idosa.
Hoje estou chegando
à casa dos 50 e ainda não me sinto uma idosa. Claro que o respeito que o corpo
exige é um pouco maior, mas a mente ainda pode fazer muito por mim e pelo
mundo. Tenho metas a serem alcançadas, e mais, agora totalmente consciente de
que metas vêm acompanhadas por desafios, e desafios existem para serem
vencidos, com muita luta, estratégias, criatividade e perseverança.
Se eu pudesse
voltar no tempo e encontrar comigo mesma quando criança, na idade que tenho
hoje, daria quatro conselhos para aquela garotinha que ficava olhando para o
futuro próximo e imaginando o fim de tudo.
Desenvolva a
gratidão
Viva cada momento
do hoje sem se preocupar com o que irá vir, com o tempo que nem sabemos se
chegará realmente. Seja feliz com o que a vida lhe oferece no momento.
Viva cada dia com
alegria
Faça o seu melhor,
seja a mais feliz, a mais grata, a mais amável, a mais amiga, a melhor filha, a
melhor irmã, a melhor em tudo. Mas, faça isso sem cobrar perfeição, só sinta e
viva o momento com a certeza de que hoje está melhor que ontem, pois viveu mais
um dia. Não se preocupe com o amanhã que na verdade nunca chegará, pois quando
pensamos que ele chegou, nos enganamos, pois estamos novamente vivendo o hoje.
Conte os momentos
felizes
Aprecie a vida e
todos os momentos felizes e tristes que vierem; pois se forem momentos felizes
devem ser bem aproveitados, se forem tristes devem ser bem aprendidos.
Ame e respeite as
pessoas
Todas que passarem
por sua vida! Ame as pessoas que lhe fizerem o bem. E respeite as que lhe
fizerem algum mal. Pois será com as pessoas que passarem por sua vida que irá
aprender a distinguir o bem do mal.
O medo de
envelhecer causa ansiedade e temor. E nada adiantará sofrer, pois o tempo não
irá parar para quem está vivo, só para quem já morreu. Alguém prefere morrer a
envelhecer?
Continue a sua
jornada sem expectativas negativas referente aos anos que passaram, faça o
melhor, aprecie e ame. Verá que quanto mais positivas forem suas ações melhor
será sua velhice.
*Graduada
em Administração de Empresas com MBA em Empreendedorismo. Casada mãe de 6
filhos, avó de 2 netos. Atua profissionalmente como Analista Instrutora da
Educação Empreendedora no SEBRAE - SP. Como hobby gosta de artesanato, música e
leitura.
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