Pular para o conteúdo principal

Velhice ativa - um exemplo











Esther Kathleen Barker participa de conferência do CNA na Bahia, neste ano

‘Não desista’, diz idosa americana que ajuda jovens brasileiros a falar inglês


A norte-americana Esther Kathleen Barker tem 87 anos, é casada há 67, tem três filhos, oito netos e 17 bisnetos. Desde 2012, mora com o marido na Windsor Park, comunidade para idosos noEstado de Illinois.

Lá, eles têm muito o que fazer: ginástica, pequenas viagens e atividades musicais, além de participar de eventos. Enquanto o marido trabalha na marcenaria da própria comunidade, ela ajuda na biblioteca local. “As opções são sempre de acordo com nossas necessidades. Estamos muito felizes”, contou Esther, em conversa por e-mail.

Há cerca de um ano e meio, ela assumiu outra responsabilidade aqui no Brasil, que a tornou conhecida e assunto em reportagens em vários países: passou a fazer parte do programa CNA Speaking Exchange, em que a rede de idiomas aproxima, pela internet, jovens brasileiros que estão estudando inglês de idosos dos EUA que moram em asilos, melhorando, assim, a conversação dos estudantes e, também, oferecendo mais um canal de bate-papo aos mais velhos.


O programa se tornou exemplo de intergeracionalidade e marketing – levou 10 Leões em Cannes no ano passado –, e deu a Esther uma notoriedade que ela não esperava. Foi até convidada a participar da conferência anual da rede de idiomas neste ano, na Bahia, onde foi tratada como celebridade pelos estudantes e funcionários que participaram do evento, distribuindo selfies e sorrisos.
Aceitei participar assim que soube dele. Eu já tinha ensinado inglês para estudantes chineses quando morei em Taiwan e senti que era uma oportunidade para fazer o mesmo com alunos do Brasil”, conta ela. E emenda: “No começo, eu não tinha ideia de que seria um projeto contínuo. Pensei que era um só comercial para a CNA. Hoje estou ciente de que é um programa permanente e pode ser usado por muitas escolas de idiomas para melhorar seus serviços”.


As conversas são curtas, avalia a professora, mas dá para se divertir e ir um pouco além dos temas mais básicos como dados pessoais, cidade de origem e família. “Às vezes, podemos ampliar as ideias e falar sobre gostos musicais, roupas e assim por diante. Os jovens com quem falei foram maravilhosos. Eles se envolveram com a conversa e acredito que tiveram a oportunidade de aprender muitas coisas ao conversar com os idosos. Eles são sempre educados, mas, por vezes, expressam um comentário como ‘Uau!’, quando o idoso diz uma idade ‘mais velha’.”














Quando esteve no Brasil, para a conferência, Esther foi ovacionada pela plateia ao dar um susto em uma das alunas. “Um dos destaques de nossa viagem foi o encontro com a primeira estudante com quem eu tinha falado na preparação para o comercial. O CNA estava tendo sua convenção na Bahia, e ela se surpreendeu ao me ver lá ao vivo. Ela estava no palco da sala de convenções, e apareci ao seu lado, de surpresa. O público explodiu em aplausos quando ela mostrou espanto. Nós nos abraçamos como amigas. Tínhamos mantido contato via e-mail e Facebook por um ano, então nós realmente somos amigas. Temos continuado a nos falar regularmente, compartilhamos imagens e ideias que esperamos  fazer no futuro.”


Esther conta que a família acha ótimo o que ela tem feito e que os mais jovens se divertem com a “quase fama” da avó no Brasil, aos 87 anos.
Para quem está aprendendo inglês, ela tem um recadinho: “Não desista! Você vai desenvolver o ouvido para entender o que é dito e em breve vai ser capaz de falar. Além disso, não tenha vergonha de ter a sua pronúncia corrigida, porque é o caminho para aprender mais a cada vez que falar. Não pare o aprendizado para que você  melhore suas oportunidades no futuro”.
Fonte:https://catracalivre.com.br/geral/geracao-e/indicacao/nao-desista-diz-idosa-americana-que-ajuda-jovens-brasileiros-a-falar-ingles/?

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

O Dente-de-Leão e o Viva a Velhice

  A belíssima lenda do  dente-de leão e seus significados Segundo uma lenda irlandesa, o dente-de-leão é a morada das fadas, uma vez que elas eram livres para se movimentarem nos prados. Quando a Terra era habitada por gnomos, elfos e fadas, essas criaturas viviam livremente na natureza. A chegada do homem os forçou a se refugiar na floresta. Mas   as fadas   tinham roupas muito chamativas para conseguirem se camuflar em seus arredores. Por esta razão, elas foram forçadas a se tornarem dentes-de-leão. Comentário do Blog: A beleza  do dente-de-leão está na sua simplicidade. No convívio perene com a natureza, no quase mistério sutil e mágico da sua multiplicação. Por isso e por muito mais  é que elegi o dente-de-leão  como símbolo ou marca do Viva a Velhice. Imagem  Ervanária Palmeira   O dente-de-leão é uma planta perene, típica dos climas temperados, que espontaneamente cresce praticamente em todo o lugar: na beira de estrada, à beira de campos de cultivo, prados, planícies, colinas e

‘Quem anda no trilho é trem de ferro, sou água que corre entre pedras’ – Manoel de Barros

  Dirigido pelo cineasta vencedor do Oscar, Laurent Witz, ‘Cogs’ conta a história de um mundo construído em um sistema mecanizado que favorece apenas alguns. Segue dois personagens cujas vidas parecem predeterminadas por este sistema e as circunstâncias em que nasceram. O filme foi feito para o lançamento internacional da AIME, uma organização de caridade em missão para criar um mundo mais justo, criando igualdade no sistema educacional. O curta-animação ‘Cogs’ conta a história de dois meninos que se encontram, literalmente, em faixas separadas e pré-determinadas em suas vidas, e o drama depende do esforço para libertar-se dessas limitações impostas. “Andar sobre trilhos pode ser bom ou mau. Quando uma economia anda sobre trilhos parece que é bom. Quando os seres humanos andam sobre trilhos é mau sinal, é sinal de desumanização, de que a decisão transitou do homem para a engrenagem que construiu. Este cenário distópico assombra a literatura e o cinema ocidentais. Que fazer?  A resp

Poesia

De Mario Quintana.... mulheres. Aos 3 anos: Ela olha pra si mesma e vê uma rainha. Aos 8 anos: Ela olha para si e vê Cinderela.   Aos 15 anos: Ela olha e vê uma freira horrorosa.   Aos 20 anos: Ela olha e se vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, muito liso, muito encaracolado, decide sair mas, vai sofrendo.   Aos 30 anos: Ela olha pra si mesma e vê muito gorda, muito magra, muito alta, muitobaixa, muito liso muito encaracolado, mas decide que agora não tem tempo pra consertar então vai sair assim mesmo.   Aos 40 anos: Ela se olha e se vê muito gorda, muito magra, muito alta, muito baixa, muito liso, muito encaracolado, mas diz: pelo menos eu sou uma boa pessoa e sai mesmo assim.   Aos 50 anos: Ela olha pra si mesma e se vê como é. Sai e vai pra onde ela bem entender.   Aos 60 anos: Ela se olha e lembra de todas as pessoas que não podem mais se olhar no espelho. Sai de casa e conquista o mundo.   Aos 70 anos: Ela olha para si e vê sabedoria, ri

Não se lamente por envelhecer

  Não se lamente por envelhecer: é um privilégio negado a muitos Por  Revista Pazes  - janeiro 11, 2016 Envelhecer  é um privilégio, uma arte, um presente. Somar cabelos brancos, arrancar folhas no calendário e fazer aniversário deveria ser sempre um motivo de alegria. De alegria pela vida e pelo o que estar aqui representa. Todas as nossas mudanças físicas são reflexo da vida, algo do que nos podemos sentir muito orgulhosos. Temos que agradecer pela oportunidade de fazer aniversário, pois graças a ele, cada dia podemos compartilhar momentos com aquelas pessoas que mais gostamos, podemos desfrutar dos prazeres da vida, desenhar sorrisos e construir com nossa presença um mundo melhor… As rugas nos fazem lembrar onde estiveram os sorrisos As rugas são um sincero e bonito reflexo da idade, contada com os sorrisos dos nossos rostos. Mas quando começam a aparecer, nos fazem perceber quão efêmera e fugaz é a vida. Como consequência, frequentemente isso nos faz sentir desajustados e incômodos

A velhice em poesia

Duas formas de ver a velhice. Você está convidado a "poetizar" por aqui . Sobre o tema que lhe agradar. Construiremos a várias mãos "o domingo com poesia". A Velhice Pede Desculpas - Cecília Meireles, in Poemas 1958   Tão velho estou como árvore no inverno, vulcão sufocado, pássaro sonolento. Tão velho estou, de pálpebras baixas, acostumado apenas ao som das músicas, à forma das letras. Fere-me a luz das lâmpadas, o grito frenético dos provisórios dias do mundo: Mas há um sol eterno, eterno e brando e uma voz que não me canso, muito longe, de ouvir. Desculpai-me esta face, que se fez resignada: já não é a minha, mas a do tempo, com seus muitos episódios. Desculpai-me não ser bem eu: mas um fantasma de tudo. Recebereis em mim muitos mil anos, é certo, com suas sombras, porém, suas intermináveis sombras. Desculpai-me viver ainda: que os destroços, mesmo os da maior glória, são na verdade só destroços, destroços. A velhice   - Olavo Bilac Olha estas velhas árvores, ma