"Rugas" na análise de
Já faz quase uma hora que saímos da sala de cinema e ainda não me consegui recompor. “Rugas” é soberbo, é mais do que um filme de animação, é uma verdadeira obra de arte que expõe sem rodeios temas emotivos e, muitas vezes, abordados em escassez na nossa sociedade: a velhice e a solidão.
À primeira vista, “Rugas” pode apresentar-se como uma comédia, no máximo, como uma película que visa alertar a importância de alguma coisa mas de uma forma suave – pois desenganem-se.
Para ver este filme espantoso é preciso conter algumas lágrimas em momentos de aperto.
“Miguel” acaba por ser o motivo do enredo. O velho que não perdeu o sentido de humor e que se afirma feliz, sem precisar de alguém, é o foco principal no desenrolar da narrativa – especialmente tendo em conta a sua relação com “Emílio”, o idoso que viria a ser vítima de uma das doenças mais assoladoras na terceira idade, o Alzeihmer.
Em Português, Custódia Gallego e Rui Mendes ficaram encarregues das vozes de dois dos principais idosos participantes no enredo.
Por diversos motivos, “Rugas” é uma obra exemplar. Alerta-nos para a necessidade de preocupação com os outros mas obriga-nos a saber ser auto-suficientes. Ensina-nos que devemos viver mais a vida e dispensar choradeiras, aproveitar o sol que raia pela janela de manhã em vez de bufar para o toque do despertador. É um filme que apela ao nosso lado mais emotivo, e humano, através de situações da vida real que são, muitas vezes, – por conveniência ou mera despreocupação – esquecidas de retratar. (Não fossem os idosos falados em alturas-chave do ano: as festivas, em que são deixados como trapos em centros de idade ou hospitais).
Contenham as lágrimas e preparem-se para oitenta e nove minutos de um excelente trabalho argumentativo, aliado a uma banda sonora emocionante que nos faz desejar mais cinema assim!
https://ngept.wordpress.com/2013/05/21/rugas-em-analise/
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